Jornalistas cearenses aprovam estado de greve

Depois de duas semanas de intensas mobilizações, com plenárias e paralisações nas portas das empresas de jornais e revistas do Ceará, os jornalistas do Diário do Nordeste, do O Estado e do O Povo aprovaram, nestas quarta-feira (07) e quinta-feira (08), o estado de greve. A decisão aconteceu nas assembleias por local de trabalho convocadas pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce).

Jornalistas cearenses aprovam estado de greve

A categoria tem mostrado disposição e unificou a luta contra a vergonhosa proposta patronal de 5% de reajuste salarial, para uma pedida laboral de 9,88 (inflação da data-base da Campanha Salarial 2015/2016).

Em mais de seis anos, é a primeira vez que o estado de greve é aprovado simultaneamente nas três redações. Em abril de 2013, os jornalistas do O Povo já haviam executado um calendário de estado de greve que destravou a campanha salarial daquele período.

Agenda intensa

Em todos os jornais, os trabalhadores aprovaram um calendário do movimento. Já nesta sexta-feira (09), há o indicativo de todos os profissionais vestirem preto, em sinal de luto contra a intransigência dos patrões. Nas camisas, a frase: “Jornalistas Exigem Respeito”.

Decisão unânime também no jornal O Estado

Dentro desta agenda, os jornalistas do O Estado realizaram hoje o que chamaram de “Operação Papa-Léguas”, onde os trabalhadores aceleraram os trabalhos e fecharam a edição do jornal quatro horas mais cedo.

Na terça-feira (13), as atividades continuam com mobilização dos empregados do Diário, às 15 horas, na Praça da Imprensa, do O Estado, às 17 horas, em frente ao jornal, e do O Povo, às 16 horas, na calçada da empresa.

Na quinta-feira (15), empregados da redação do Diário voltam a paralisar às 15 horas, também na Praça em frente ao periódico. E o pessoal do O Povo, às 16 horas.

“É hora de darmos as mãos e lutarmos por nossos direitos, de garantir nossos interesses”, disse Samira de Castro, presidente do Sindjorce. “Estamos pleiteando apenas a manutenção do poder de compra dos nossos salários e respeito por parte dos empregadores”, acrescentou.

Além do calendário de mobilização, os jornalistas deliberaram pela instalação do estado de assembleia permanente, onde autorizam o sindicato a convocar assembleias a qualquer momento.

Saiba mais

Mostrando unidade, a redação do O Povo seguiu as deliberações dos trabalhadores do Diário e do Estado, aprovando o estado de greve.

O estado de greve é uma situação que é aprovada pelos trabalhadores alertando aos patrões que a qualquer momento poderão deflagrar a greve. Quando uma categoria decide entrar em estado de greve, significa que ela vai iniciar os preparativos para intensificar sua mobilização e estratégias de resistência.

“Por outro lado, todas estas ações mostram que há um novo patamar de luta dos trabalhadores da notícia contra o patronato no Ceará e que há unidade entre os profissionais nas três redações de impresso. Não vamos nos calar, não vamos aceitar esse arrocho salarial que querem nos impor”, enfatiza Rafael Mesquita, secretário-geral do sindicato.