Aécio, achou legal grampo contra Dilma, mas critica gravação de Temer
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), não viu problema no fato do juiz Sérgio Moro grampear e divulgar conversa da presidenta eleita Dilma Rousseff, mas disse que o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero deve ser investigado por ter gravado a conversa que teve com Michel Temer acerca das pressões exercidas pelo ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, para que uma obra de seu interesse em Salvador (BA) fosse liberada.
Publicado 25/11/2016 13:51
Aécio disse que "há algo aí de extremamente grave e que também tem que ser investigado, o fato de um servidor público, um homem da confiança do presidente da República, com cargo de ministro de Estado, se confirmado isso, entrar com um gravador para gravar o presidente. Isso é inaceitável, é inédito na história do Brasil".
Assim como a Lava Jato, a memória de Aécio é seletiva. em março deste ano, o juiz Sérgio Moro divulgou interceptação telefônica que gravou a conversa entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A gravação, cuja divulgação foi feita sem a autorização do Supremo Tribunal Federal o que caracteriza crime, foi realizada duas horas após ter determinado a suspensão das interceptações telefônicas.
Mas segundo Aécio, a gravação de Calero "permite a todos nós achar que nessa conversa ele tenha induzido qualquer palavra do presidente". "Isso tem que ser investigado porque parece ato passível de punição", completou.
Aécio ainda saiu em defesa de Temer. "Na minha avaliação, do PSDB, nem de longe esse episódio atinge o sr. presidente Michel Temer", disse.