Jandira Feghali cobra afastamento de Geddel
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) se manifestou neste sábado (19) em sua página no Facebook a respeito do caso que resultou na demissão do ministro da Cultura, Marcelo Calera. Ele teria sido pressionado pelo ministro da Casa Civil Geddel Vieira de Lima para aprovar um projeto de um prédio em Salvador, em uma área protegida pelo Iphan.
Publicado 19/11/2016 13:53
Calero pediu demissão da pasta após ser ameaçado por Geddel a liberar um empreedimento imobiliário em Salvador embargado pelo Iphan, onde o articulador político de Michel Temer (PMDB) adquiriu um imóvel.
Jandira, no Facebook, diz que "a oposição na Câmara vai cobrar o afastamento de Geddel do governo até que tudo seja esclarecido. Também iremos pedir na próxima semana acareação entre Geddel e Marcelo Calero sobre a suposta corrupção escancarada deste governo ilegítimo. Se isso ocorre na Cultura, imagina no resto", finaliza.
Humberto Costa pede demissão de Geddel
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), pediu a demissão imediata do ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), acusado pelo colega da Cultura, Marcelo Calero, de usar do próprio cargo para conseguir vantagens pessoais.
"A narrativa do ex-ministro da Cultura expõe as víscera desse governo corrupto. Ele entregou o cargo para não ser obrigado a atropelar pareceres técnicos que negavam autorização para a construção de um prédio em uma área tombada, onde Geddel tem investimentos. É escandaloso que um ministro extremamente poderoso dentro do governo, que trabalha na antessala de Temer, use do próprio cargo para coagir e ameaçar colegas em favor de interesses pessoais", criticou o líder do PT. "Se Temer tiver o mínimo de decência e de escrúpulo, demite Geddel hoje mesmo."
O líder do PT informou que a bancada do partido fará um convite para que Marcelo Calero vá ao Senado explicar, publicamente, os fatos que redundaram em sua demissão. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Calero disse que Geddel o procurou insistentemente para que liberasse o empreendimento imobiliário e, diante da resistência do Iphan, tentou retirar o caso do Ministério da Cultura e enviá-lo à Advocacia-Geral da União (AGU), onde teria mais força para ver atendida a sua vontade.
"Eu fiquei surpreendido, porque me pareceu tão absurdo o ministro me ligar determinando que eu liberasse um empreendimento no qual ele tinha um imóvel. Você fica atônito (…) O ministro Geddel tem uma forma de contato muito truculenta e assertiva, para dizer o mínimo (…) Estou fora da lógica desses caras, não sou político profissional. Não tenho rabo preso. Não estou aqui para fazer maracutaia", disse Calero à Folha.
Humberto Costa informou, ainda, que vai pedir a convocação de Geddel Vieira Lima para que explique no Senado as acusações que lhe foram feitas pelo colega de governo. O líder do PT vai ingressar, também, com representações na Comissão de Ética da Presidência da República e no Ministério Público Federal para que abram investigação sobre o caso. Marcelo Calero é o quinto ministro do governo não eleito de Michel Temer a cair, depois de Romero Jucá (Planejamento), Henrique Eduardo Alves (Turismo), Fabiano Silveira (Transparência) e Fabio Medina Osório (AGU).