Líder do governo, Jucá diz que “prisão de Cabral não afeta o PMDB”
Diante da prisão do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB), nesta quinta-feira (17), o senador Romero Jucá, presidente da legenda, correu para dizer que o partido “não se afeta” com a prisão. Diferentemente do que fazem contra o PT, Juca disse que não vai “personalizar nem no partido, nem no Rio de Janeiro”.
Publicado 17/11/2016 16:00
“O partido não se afeta. Essa questão do Sérgio Cabral é algo restrito. É importante que se dê ao ex-governador Sérgio Cabral o direito de defesa, nós não vamos personalizar nem no partido, nem no Rio de Janeiro”, afirmou Jucá, acrescentando: “É importante que os fatos sejam investigados com profundidade, e a partir daí se tenha uma convicção e o julgamento na Justiça. Seria injusto antecipar qualquer julgamento se a gente desconhece os motivos da prisão”.
Jucá, que foi flagrado em conversas afirmando que articulava pela impeachment para “estancar a sangria” da Lava Jato, disse ainda que “não há demérito” pelo fato de uma pessoa ser investigada e que o “demérito” é a pessoa ser condenada.
“Questão política é. Toda investigação deve ser feita, se há alguma denúncia, se há alguma dúvida todos devem ser investigados”, argumentou.
A tese é a mesma apresentada por Michel Temer que disse ao colunista Josias de Souza, da Folha, quando questionado sobre uma possível prisão do ex-presidente Lula: “Se a prisão vier depois de uma condenação, não haverá o que objetar”. Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura na segunda (14), Temer disse que a detenção de Lula causaria instabilidade ao governo e ao país.
Nesta quinta (17), foi publicado no Diário Oficial da União a nomeação de Jucá como líder do governo no Congresso. Ele vai substituir a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES).
Antes disso, Romero Jucá foi ministro do governo Temer e teve que ser afastado depois do vazamento das gravações com Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, que revelou as manobras e conspirações do golpe.