Daniel Almeida: Brasil reage ao desmonte
Milhares de trabalhadores cruzaram os braços e saíram às ruas na sexta-feira (11) numa ofensiva para barrar propostas do governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB), que representam o desmonte perverso do Estado brasileiro e a perda de direitos sociais trazidos pela Constituição Cidadã de 1988.
Por Daniel Almeida*
Publicado 16/11/2016 10:15
Cresce a resistência em todas as frentes a medidas como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 241), agora PEC 55 em tramitação no Senado, que congela investimentos em áreas cruciais, como assistência social, educação, saúde e segurança pública, por 20 anos. Outra matéria que gera grande reação da sociedade é a Medida Provisória (MP 746/16) que reforma o Ensino Médio, sem qualquer debate prévio com os estudantes, pais e professores.
Para reforçar nossa luta no Parlamento contra tantas ameaças, é fundamental que os brasileiros pressionem o governo federal por meio de grandes mobilizações nas redes sociais, nas ruas e no Congresso. Se aumentarmos nossa pressão, a voz do povo poderá ser finalmente ouvida por quem resiste em respeitar a diversidade de pensamentos da democracia. Não podemos aceitar que se viva num regime totalitário em pleno século 21.
Multiplicam-se exemplos de manifestações que assombram o governo Temer e reforçam uma luta incansável pela preservação de conquistas. O dia de hoje mostra isso. Por outro lado, a ocupação de escolas e universidades é um movimento legítimo e vitorioso na sociedade em defesa da educação pública, gratuita, de qualidade e inclusiva. Mais de 1,2 mil escolas e institutos federais foram ocupados, além de 176 universidades. Os manifestantes se mantêm firmes, apesar das intimidações.
Na medida em que se alastram as mobilizações pelo país, repudiamos tentativas de criminalização dos movimentos, como o estudantil, que estão exercendo o direito constitucional de se manifestar. O contraditório é característica dos regimes democráticos. São intoleráveis as ameaças do ministro da Educação, Mendonça Filho, que promete cobrar as entidades por prejuízos causados pelo adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2016 para os alunos que fariam exames nas escolas ocupadas.
É hora de o governo golpista permitir o diálogo e ouvir a sociedade. Não há nenhum crime em lutar com todas as forças contra projetos nocivos à população. Defender o Brasil não é caso de polícia. Os cidadãos querem apenas discutir e mudar medidas que prejudicam gerações de brasileiros. Estamos juntos nesta luta!