Senadora Vanessa elogia reação da juventude ao arbítrio
“A defesa da democracia se impõe como a luta central diante da onda de agressão e intimidação que atinge o país. Nossa liberdade está sendo violentada. Se hoje são estudantes, trabalhadores rurais e ativistas sociais, amanhã serão todos os demais segmentos sociais, pois, quando não se reage ao arbítrio em algum momento, todos nós seremos vítimas dele.”
Publicado 08/11/2016 09:41
O alerta foi feito pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) em sua coluna semanal na Folha de São Paulo. A parlamentar elogia a atuação dos estudantes secundaristas e universitários, que ocupam centenas de escolas e universidades revelando “uma corajosa e consciente manifestação de protesto contra a política de desmonte da educação, dos serviços públicos e do próprio país.”
“É na defesa da educação pública e da democracia que milhares de estudantes se mobilizam. Começaram a ocupar as escolas numa reação firme contra a violência que é impor à sociedade, sem diálogo, projetos como a reforma do ensino médio, a Escola Sem Partido e a PEC 241 — agora, no Senado, PEC 55”, afirma a senadora.
Segundo ela ainda, “é mais uma contribuição à longa trajetória de lutas de nossa juventude. Em todas as memoráveis campanhas patrióticas, os jovens sempre estiveram na primeira fileira. Foi assim no "Petróleo é Nosso", na criação da Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante a Segunda Guerra, no combate à ditadura militar, nas Diretas-Já e na redemocratização do país.”
A senadora Vanessa lembra ainda que “nos governos Lula e Dilma, os jovens participaram ativamente de grandes conquistas educacionais: 422 escolas técnicas, 18 universidades federais, 173 campis, ProUni, Fies e Enem. Em apenas 12 anos, o Brasil matriculou mais 3,5 milhões de jovens no ensino superior, a mesma quantidade que todos os demais governos matricularam nos 500 anos que governaram.”
E que agora lutam contra a destruição desse legado. “A ocupação de escolas é a reação natural contra a violência do ‘governo’ Temer nas esferas política, pedagógica e policial, pois, trata-se de uma administração sem respaldo e confiança da sociedade, que impõe medidas antipopulares e ainda trata com truculência os legítimos movimentos reativos de protesto e resistência.”
Onda arbitrária
O caso da invasão pela polícia da escola do Movimento dos Sem Terra, em São Paulo, na última sexta-feira (4) foi apontada como exemplo dessa onda arbitrária que atinge o país. “A polícia invadiu, sem mandado judicial, a Escola Nacional Florestan Fernandes, do MST. Fortemente armada, disparou tiros e criou pânico num local onde estavam convidados estrangeiros, crianças, adolescentes e idosos”, denunciou a senadora.
E, a exemplo da Anistia Internacional, a senadora condenou essa violência: Isto é um precedente perigoso para o Estado Democrático de Direito. Todos perdem neste cenário", avalia Vanessa, para quem "o Brasil vive ainda uma estrutura agrária, onde a violência contra trabalhadores rurais e a criminalização dos movimentos sociais colocam em risco direitos fundamentais no campo.”