Flagrado tramando golpe e demitido, Jucá volta como líder de Temer
Até bem pouco tempo, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) foi obrigado a sair do Ministério do Planejamento do governo de Michel Temer depois de ser flagrado em gravações com o delator da Lava Jato, Sergio Machado, em que afirmava estar atuando pelo impeachment para estancar a Lava Jato. Agora, menos de seis meses após deixar o cargo, assumirá a função de líder do governo no Congresso.
Publicado 04/11/2016 16:46
O próprio Temer foi quem escolheu e articulou o seu nome para substituir a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), que acabou se indispondo com a base aliada após criticar a ausência de líderes em sessões de interesse do Palácio do Planalto.
A escolha de Jucá evidencia que ele nunca deixou de fazer parte do governo, pelo contrário, sua frequência no Planalto se intensificaram e sua participação nas reuniões com Temer tiveram relação direta nas decisões do Ministério.
Apesar do escandaloso e revelador diálogo, divulgado poucas semanas antes da votação do impeachment da presidenta Dilma Rousseff pela Câmara, Jucá, com o apoio da mídia, fingiu que nada aconteceu e o governo fingiu que não era com eles.
Jucá saiu do governo dizendo que iria provar a sua inocência, mas o que fez foi se fingir de morto, enquanto tramava contra a democracia.
Quem não gostou da troca foi a senadora Rose de Freitas. Ela foi escolhida como líder porque o governo tinha que dar uma resposta a falta de mulheres na equipe de governo de Temer. Agora que o assunto deixou de ser pauta, a senadora foi colocada de lado.
Sua saída foi provocada depois que ela decidiu discursar na tribuna reclamando da falta de participação da base aliada em uma sessão do Congresso convocada para analisar a liberação de recursos para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), no mês passado, Rose disse que não era “babá” para acordar senador e deputado. O puxão de orelha da senadora incomodou os parlamentares.