Euler Ivo: Por que os golpistas fracassarão?

Observo que o golpe no Brasil não é um produto da cabeça dessa elite brasileira subalterna aos banqueiros mundiais, mas uma elaboração e decisão do centro político operacional do imperialismo norte-americano, buscando saídas para o encurralamento que vem sofrendo em todas as áreas do Globo.

Querem uma América Latina escravizada sem condições de levantar a cabeça. Esses golpes no Brasil, Venezuela e em outros países, visam acabar com os governos populares e seus líderes e implantar uma domesticação ideológica das grandes massas. Um sistema de escravidão mais agressiva, sonhada pelos nazistas nos anos de 1940. Para isso, é necessária uma ideologia de colonizados.

Aqui, no momento, o centro é a destruição de Lula, Dilma e do PT. Essa é a ordem e vontade dos círculos políticos e financeiros norte-americanos.

Assim, querer atribuir o golpe, principalmente ao congresso brasileiro e suas forças e pessoas é um grande equívoco e nos amarrará para seguir na resistência e luta contra a colonização nazista.

Como consequência, o projeto de economia que está sendo implantado no rastro desse golpe político é baseado em fantasias; essas sim, da cabeça de nossas tolas e limitadas elites. Esse foi o preço que pediram aos patrões americanos, para dar sustentação ao golpe.

Pensam que tirar direitos e arrochar salários vão lhes permitir concorrer com a China na disputa de mercados mundiais. Mas o resultado será o inverso. Se vão jogar as massas internas na miséria, para tentar disputar mercado mundial, vão ficar sem mercado interno e sem mercado mundial. Nas atuais condições do mundo, mesmo que no Brasil se implantasse a escravidão romana, não se conseguiria produzir para competir com China.

É que lá, na China, tem uma coisa estranha, nova, poderosa demais e muito complexa para as limitadas e estúpidas cabeças e que constitui a fonte desse temido monstro dos preços incompreensivelmente baixos de suas mercadorias.

Essa coisa se chama sistema socialista. E ainda, para o tormento maior dos limitados capitalistas, esse sistema evoluiu e se adaptou ao mundo atual, visando disputar o mercado mundial. Os chineses chamam isso de socialismo de mercado: "Coisa de louco" para os ignorantes.

É que, buscando a sobrevivência, calejado pela primeira experiência, o socialismo chinês garantiu sua alma de estado, mas flexibilizou sua economia. Compreendeu a força do dragão do mercado mundial e partiu pra domina-lo, saltando dos dogmas livrescos para a etapa da vida real.

Lá a gigantesca massa da mais valia cada vez mais concentrada da produção social, em vez de ir para as mãos de um punhado de magnatas da propriedade privada, vai para as mãos do estado de caráter socialista. Ali, essa incalculável e poderosa riqueza é usada racionalmente, para incrementar ainda mais a técnica da grande produção automatizada. Parte dessa crescente riqueza é também aplicada na pesquisa e utilização de novos materiais.

O objetivo imediato é produzir cada vez mais em maior quantidade, em grande velocidade e a preços reduzidíssimos. Dai penetrar nos mercados mundiais, capaz de vencer concorrentes e suas barreiras alfandegárias, destruindo cada empresa capitalista em separado. Ninguém resiste. Mesmo nos grandes centros capitalistas americanos e europeus, com suas modernas máquinas e seus impostos elevados, conseguem impedir o avanço avassalador das mercadorias cada vez melhores e com preços cada vez menores.

Isso é assim porque nenhum lugar do mundo capitalista consegue tamanha concentração, direcionamento e uso dessa fabulosa força e riqueza humana, a produção e concentração fantástica da massa da mais valia. Mesmo o capitalismo monopolista de estado consegue essa façanha, porque nele a realização da sua mercadoria só visa o lucro máximo em detrimento da miséria das massas e não da elevação de sua capacidade maior de consumo.

E mais, devido a esse caráter socialista da economia chinesa, o Partido Comunista da China e seus técnicos e planejadores decidiram se proteger contra a crise mundial, elevando o poder de compra das massas internas, de modo a melhorar a vida do povo e fazer crescer o mercado interno. Afinal, um quinto dos habitantes do Globo é de chineses e moram na China.

Promover a paz para elevar a produção. Conquistar o mercado mundial e proteger se dele. Contornar os apetites guerreiros das potências imperialistas e apresentar alternativas de desenvolvimento para as sociedades de todo o mundo. Elevar ininterruptamente a produção, melhorando sempre a qualidade de vida das massas e sua capacidade de consumo. Assim é a marcha do socialismo nos dias de hoje.

Nessas condições, como essa estúpida e limitadíssima elite capitalista e latifundiária do Brasil, escravizada pelos banqueiros americanos e de pensamento do tempo das senzalas, pode ao menos sonhar em disputar fatia crescente do mercado mundial?

Podem até sonhar, gritar, prender e arrebentar, reduzir direitos etc., mas não vão realizar seus sonhos. Ao contrário, elas mesmas vão se arrebentar. Ao detonar o mercado interno do Brasil, eles vão falir. Empresa após empresa dessa elite estúpida vai falir. Seus pertences serão engolidos, irão engordar os grandes impérios imperialistas. E seus tolos e valentes coxinhas verão seus filhos e netos se transformarem em assalariados do grande capital onde um dia também lhes pertenceu.

E assim, lá na frente, por ironia da vida real, terão de se aproximar dos líderes populares e dos comunistas, que sabem desde hoje que esse é o futuro. Daí, o vasto campo de atuação dos comunistas que se amplia mais e mais. O futuro é nosso, não deles. Essa é a marcha da sociedade.

Por isso, acrescentamos: longe de se isolarem, os comunistas têm cada vez mais aliados. Mas é necessário que cada comunista individualmente e sua unidade partidária, a qual pertence, saiba compreender e agir conforme essa realidade.