MEC joga contra ocupações e exige que estudantes saiam das escolas
O Ministério da Educação (MEC) do governo Temer, o mesmo que é pautado por grupos de extrema direita como os Revoltados On-line e MBL, estipulou, mesmo sem estabelecer nenhum tipo de contato com os estudantes, que esta segunda-feira (31) será o prazo limite para que os secundaristas desocupem seus colégios.
Por Laís Gouveia
Publicado 31/10/2016 12:00
O estudantes, que ocupam 1.197 mil escolas contra a MP da Reforma do Ensino Médio e a PEC 241, afirmam que só sairão dos seus colégios com a revogação das propostas que irão precarizar mais ainda a educação pública e congelar os investimentos em educação nos próximos 20 anos.
O MEC afirma que, se os secundaristas não saírem dos locais, medidas judiciais irão ser tomadas, como as reintegrações de posse que dão o aval para policiais entrarem nas escolas e usarem das comuns práticas de violência contra os estudantes. Spray de pimenta, cassetes, bombas de gás lacrimogêneo e armas de fogo serão mais uma vez usadas contra os alunos que se recusam a aceitar o falecimento das escolas públicas.
Táticas para colocar a opinião pública contra as ocupações
Uma das reivindicações do movimento de ocupação é que o MEC realoque os estudantes que farão a prova do Enem nas escolas ocupadas para outras unidades, porém, como uma carta na manga para colocar a opinião pública contra as ocupações, o ministério disse que os estudantes com provas nos locais ocupados terão suas avaliações adiadas até que os secundaristas desocupem os locais.
“Caso as ocupações sejam mantidas, prejudicando os alunos que fariam prova nesses locais, o Inep terá de fazer a prova em outra data para aqueles estudantes que não conseguiram”, disse o MEC, em uma clara tentativa de colocar os estudantes uns contra os outros.
Seguindo o exemplo do bom diálogo, o Tribunal Regional eleitoral (TRE) do Paraná acatou a reivindicação dos estudantes, transferindo os locais de votação no segundo turno para outros colégios que não estão ocupados, inclusive fornecendo ônibus para o deslocamento dos eleitores.
Até o momento, a orientação do movimento é que nenhuma escola seja desocupada por ordem do MEC, mas sim se o governo se basear no diálogo e na revogação do pacote de desmonte da educação, o que não ocorreu até o momento.