Ato unificado reúne 20 mil pessoas em Fortaleza contra a PEC 241

Éramos professores e estudantes; universitários e secundaristas, jornalistas, médicos, bancários, sindicalistas, comerciários, parlamentares, índios. Éramos homens e mulheres, os jovens e os mais experientes; éramos mais de 20 mil pessoas unidas nesta terça-feira (25), em Fortaleza, contra o retrocesso que representa a Proposta de Emenda Constitucional 241, conhecida como a "PEC do Teto de Gastos", em defesa dos direitos sociais e contra o governo golpista de Michel Temer.

Ato unificado reúne 20 mil pessoas em Fortaleza contra a PEC 241

O primeiro ato unificado organizado pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo também reuniu as centrais sindicais CUT e CTB, partidos políticos, representantes de diversas frentes dos movimentos sociais e das mais variadas categorias de trabalhadores. Aos brados de “Fora Temer” e “Não à PEC”, os manifestantes voltaram a ocupar as ruas do centro de Fortaleza. A manifestação foi um “esquenta” para a Greve Geral nacional, que está sendo organizada a nível nacional e deve parar as cidades de todo o país no próximo dia 11 de novembro.

A concentração foi na Praça da Gentilândia, no bairro Benfica, e seguiu até a Praça do Ferreira, coração da capital cearense. No percurso, a Avenida da Universidade, simbólico corredor universitário de Fortaleza, que já foi palco de inúmeras manifestações desde os tempos de resistência à Ditadura Militar, e voltou a ser ocupada pelos defensores do país e da democracia.

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O plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (25), em segundo turno, por 359 votos a 116 (e 2 abstenções), o texto-base da PEC 241, considerada um dos maiores ataque aos direitos sociais e dos trabalhadores na história do Brasil. Ela limita os gastos públicos, inclusive nas áreas da saúde e da educação, pelos próximos 20 anos. Por se tratar de uma alteração na Constituição, a proposta precisava ser aprovada por pelo menos três quintos dos deputados (308 dos 513).

Quando o texto foi aprovado em primeiro turno, há cerca de duas semanas, 366 deputados haviam votado a favor, enquanto 111, contra, e dois se abstiveram.

Agora o texto seguirá para análise no Senado, onde a expectativa é votar a proposta em 13 de dezembro.

A PEC 241 prevê que o aumento de gastos do governo em um ano esteja restrito à inflação do ano anterior. A proposta prevê uma revisão daqui a dez anos da medida, que pode vigorar por até 20 anos.