Após manifestação, governo diz que vai retomar Minha Casa, Minha Vida
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) encerrou por volta das 18h30 manifestação realizada em frente ao prédio da Presidência da República em São Paulo, diante de uma proposta anunciada pelo coordenador nacional do movimento, Guilherme Boulos. “Recebemos um telefonema de representantes do governo que apresentaram o compromisso de retomada do Minha Casa, Minha Vida em até dez dias”, disse aos cerca de 15 mil manifestantes que ficaram por cerca de quatro horas no local.
Publicado 17/10/2016 20:59

O governo apresentou uma proposta de até o fim da próxima semana desenvolver um cronograma de retomada de contratações de obras para o Minha Casa, Minha Vida, e principalmente, prometeu apresentar um cronograma para 2017”, disse Boulos. O ato foi organizado justamente para reivindicar diálogo com o governo Michel Temer (PMDB) pela retomada dos programas habitacionais do governo federal.
Entretanto, Boulos alertou os presentes para permanecerem alertas, pois existe uma grande desconfiança do movimento com a gestão do peemedebista. “Nos apresentaram este compromisso, mas já não é a primeira vez que assumem compromissos sem cumprir. Não vamos nos iludir e não vamos nos contentar com promessas. Por isso, a missão de reabrir a negociação foi cumprida, mas não temos garantias”, disse.
Antes de anunciar o fim do ato, o coordenador pediu que os presentes assumissem dois compromissos. “O primeiro, é que se estiverem nos enrolando, voltaremos. E se isso acontecer, não vamos sair daqui sem um contrato assinado. Se essa sinalização for cumprida, muito bem, mas se não for, temos que voltar com o dobro de vontade e o dobro de gente”, afirmou.
O segundo compromisso cobrado por Boulos tem relação com ato realizado por estudantes em frente ao Masp, também na Avenida Paulista, contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241. “Vamos nos juntar nesta luta da meninada”, disse, em relação ao projeto de autoria do governo Temer que pretende congelar os investimentos em setores como saúde, educação e moradia por 20 anos à inflação do ano anterior. “A aprovação desta lei seria um desastre”, argumentou. “Colocaria o Minha Casa, Minha Vida no buraco. Isso tem tudo a ver com a gente”, completou.