Caribe precisa de maior prevenção de riscos
As sequelas do furacão Matthew no Caribe demonstram a imperiosa necessidade de promover a prevenção de riscos, advertiu hoje aqui a secretária geral da Associação de Estados do Caribe (AEC), June Soomer.
Publicado 08/10/2016 12:45

São acontecimentos muito tristes para nossos povos as perdas de vidas humanas e os estragos materiais, disse sobre o impacto do poderoso furacão sobre o Haiti, a Jamaica, República Dominicana e Cuba.
A AEC tem recebido informação dos países membros. Certamente há alguns que estão mais preparados que outros, como Cuba, que é um exemplo por seu sistema de prevenção de riscos, reconheceu.
No lado contrário, comentou, está Haiti (reportam-se mais de 200 mortos), um dos países mais pobres do hemisfério e com muitos desafios a enfrentar.
Opinou que a prevenção de riscos não é só uma questão técnica, mas de enfrentamento e cooperação contra a pobreza e pelo desenvolvimento.
Ao mesmo tempo, não temos outra opção que encarar a mudança climática, que nos afeta seriamente, enfatizou.
Somos a única associação que defende o Mar do Caribe onde nos afetam furacões cada vez mais fortes e invadem espécies que atentam contra a flora e a fauna, mas também contra a indústria turística, nossa principal economia, alertou.
Advertiu que os caribenhos não são responsáveis pela mudança climática e suas consequências.
A AEC não pode reduzir o aquecimento global, mas [pode] sim reduzir o impacto da mudança climática. Isso exige também cooperação internacional, para a qual devemos nos posicionar e aproveitar os recursos que estejam disponíveis, agregou.
Sobre sua visita ao México, explicou que em suas reuniões com as autoridades nacionais e em particular com a chanceler, Claudia Ruiz Massieu, revisou o cumprimento dos acordos da VI Cúpula da AEC de 2014, em Mérida, Yucatán.
Elogiou o andamento dos projetos apresentados então pelo México, que incluem cooperação em matéria de informação geoespacial para prevenir desastres na região, incluídos aqueles relacionados à mudança do clima.
Sobre o assunto, listou seminários de capacitação e acordos com a Universidade das Antillas Ocidentais que incluem fornecer equipamentos com essa funcionalidade.
Por outra parte, reconheceu que os temas de transporte marítimo e aéreo, e portanto a promoção do comércio, continuam sendo temas que ficaram para trás. Os governos não controlam as empresas marítimas ou aéreas, por isso há que envolver o setor privado, apontou.
Questionada sobre os resultados do referendo realizado na Colômbia (membro da Associação) com respeito aos acordos de paz entre o governo desse país e a insurgência, afirmou que o ‘Não' foi decepcionante para vários integrantes da AEC. Os povos merecem e precisam viver em paz. A AEC faria votos para que seja possível buscar um acordo aceitável para todas as partes, ainda que seja um assunto a ser resolvido pelo povo colombiano, expressou.
Soomer, uma reconhecida diplomata de Santa Luzia, é a primeira mulher em 22 anos a assumir a Secretaria Geral da AEC. Isso aconteceu depois da VII Cúpula da Associação, realizada junho passado em Havana.
Penso que me toca um período estratégico no qual Cuba preside a AEC e tem a possibilidade de se converter em líder da região, pois tem muitas ideias e capacidades técnicas, afirmou.
Disse que a maior das Antilhas está ajudando a revigorar a Associação, que em breve cumprirá 25 anos. Queremos fortalecê-la e torná-la mais conhecida na região e no mundo, concluiu.