Presidente da Colômbia recebe Prêmio Nobel da Paz de 2016

O Comitê Norueguês do Nobel destacou que o presidente demonstrou a “fortaleza” necessária para levar adiante o processo com a guerrilha após mais de meio século de guerra civil.

Em pronunciamento breve, logo depois de ser notificado do prêmio, Santos agradeceu a láurea e a dedicou “à Colômbia e a todas as vítimas”. “Este prêmio é de vocês, é pelas vítimas e para que não haja uma só vítima mais é que devemos nos reconciliar para começar a construir uma paz duradoura”.

Santos disse que vai encarar o Nobel da Paz como “um mandato para seguir trabalhando pela paz dos colombianos”. E agradeceu a todos que se empenharam neste processo: “aos negociadores de ambas as partes”. Cuba foi o país que abriu as portas para realizar os Diálogos de Paz e a Noruega também empenhou esforços neste processo.

Assim como o presidente colombiano, o comando das Farc, personalizado no comandante em chefe Timoleón Jimenez, também têm trabalhado com afinco para conquistar a paz. O Acordo assinado no dia 26 de setembro, que levou mais de 4 anos para ser construído, busca atender principalmente a questão das vítimas.

A guerrilha tem demonstrado preocupação com esta questão, em seu discurso, no dia da assinatura do Acordo, Jiménez pediu perdão às pessoas atingidas pelo conflito, vítimas da insurgência, mas principalmente dos paramilitares responsáveis pelo narcotráfico e das Forças Armadas do Estado, apoiadas pelos Estados Unidos.

Depois que o Acordo foi rejeitado no plebiscito realizado no último domingo (2), Jiménez destacou que as Farc pretendem manter o cessar-fogo para seguir no caminho da paz. Para ele, este novo capítulo da história da Colômbia não será escrito com armas, mas sim pela via política.

O presidente também reafirmou que vai trabalhar até seu último dia de mandato para construir a paz, deixou claro que esta é a principal missão de seu governo.

Saiba quem é Juan Manuel Santos

Juan Manuel Santos tem 65 anos, é natural de Bogotá, proveniente de uma família tradicional da Colômbia. Advogado e economista, tem como marca de sua carreira política, iniciada em 1991 a inclinação à negociar o fim do conflito. Este é seu segundo mandato como presidente do país, sua campanha à reeleição foi baseada na construção do Acordo de Paz com as Farc.

Membro do Partido Social da Unidade Nacional (De la U), Santos foi ministro da Defesa de Álvaro Uribe, porta-voz da extrema direita nacional que atuou fortemente contra o Acordo firmado pelo governo e as Farc. Mas apesar da ligação com a direita, se autodefine como “extremo-centro”.