Agência Lupa aponta erros na propaganda de Temer
A Agência Lupa, da revista Piauí, analisou os pontos apresentados na peça publicitária do governo de Michel Temer (PMDB) que prega “tirar o país do vermelho”, em uma campanha do ódio contra o PT e demais partidos de esquerda. No levantamento, a agência apontou oito frases que tinham possibilidade de apuração, quatro não condizem com a realidade.
Publicado 06/10/2016 12:35
Uma das afirmações da peça publicitária de Temer diz que o “gasto do Ministério da Educação subiu 285% acima da inflação entre 2004 e 2014". A pedido da agência, o movimento Todos pela Educação fez os cálculos e chegou à conclusão de que o crescimento das despesas do MEC acima da inflação, no período citado, foi de 215,4%. A informação foi baseada em dados fornecidos pela Presidência da República e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC/IBGE).
Ainda sobre educação, a publicidade de Temer disse que “as notas dos estudantes no exame do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) praticamente não cresceram”. Mas segundo o próprio Ministério da Educação, desde 2005, o primeiro ano da série histórica do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, as notas dos estudantes brasileiros aumentaram em todos os segmentos avaliados, inclusive quando avaliados apenas os indicadores das escolas públicas, também há melhora na pontuação.
Ainda segundo o governo, foram extintos 4,2 mil cargos de confiança. Levantamento feito pela Lupa com base em dados obtidos pelo jornal Extra por meio da Lei de Acesso à Informação revelam que, entre 1º de junho e 31 de julho, portanto, na gestão de Temer, foram exoneradas 5.524 pessoas que ocupavam cargos comissionados no governo federal. Mas nesse mesmo período, outras 7.236 pessoas foram nomeadas.
Sobre a Refinaria Abreu e Lima, localizada em Pernambuco, o governo disse que foi orçada em US$ 2,4 bilhões, mas já custou US$ 18 bilhões. A Lupa informa que, de acordo com o site da Petrobras, “a estimativa inicial de US$ 2,4 bilhões para a Refinaria Abreu e Lima se referia a um estudo preliminar, que nunca foi validado para execução e por isso não deve ser referência para evolução de custos”. Destaca que “o projeto básico aprovado em 2009 para execução tinha orçamento de US$ 13,4 bilhões”.