Presidente da Colômbia tenta negociar a paz com a oposição
Depois da vitória do “não” no Plebiscito pela Paz na Colômbia – cuja campanha foi encabeçada pela oposição e extrema-direita – o presidente do país, Juan Manuel Santos, propôs uma reunião com Álvaro Uribe, o maior defensor da guerra. O objetivo do encontro é propor a construção de um grande acordo nacional que permita continuar no caminho da paz para dar fim aos 52 anos de guerra.
Publicado 05/10/2016 10:56
O executivo emitiu um comunicado onde afirma que o encontro acontecerá no Palácio do Governo nesta quarta-feira (5) a portas fechadas. Santos vai receber, além de Uribe, o ex-presidente Andrés Pastrana para escutar “suas preocupações e observações”.
“Trata-se de buscar os denominadores comuns, quais são suas preocupações, para ver se conseguimos introduzir, através do diálogo, as observações [da oposição] neste grande acordo nacional que nos permita continuar buscando a paz”, disse o presidente em declaração oficial.
Por outro lado, o governo enviou também alguns representantes para conversar com os dirigentes das Farc em Havana, onde aconteceram nos últimos 4 anos os Diálogos de Paz, cujo objetivo era construir este acordo firmado entre as duas partes no dia 26 de setembro.
O chefe da equipe de negociação, Humberto de la Calle, e o alto comissário da paz do governo, Sergio Jaramillo, falaram com a cúpula das Farc para negociar a possibilidade de fazer mudanças no acordo de paz para satisfazer as exigências da direita liderada por Uribe.
“O tempo é muito importante, não podemos prolongar este processo e este diálogo por muito tempo porque estamos em uma zona cinza, em uma espécie de limbo que é muito perigoso e que pode prejudicar todo o processo”, advertiu o presidente.
O comandante em chefe das Farc, Timoleón Jiménez, por sua vez, reiterou a vontade de lutar pela paz e concordou em estender o cessar-fogo bilateral até o dia 31 de outubro.