Português Antonio Guterres deve suceder Ban Ki-moon na ONU
O político português Antonio Guterres já está com o caminho aberto para ser nomeado como o novo secretário-geral das Organização das Nações Unidas (ONU). Ele passou pelo filtro do Conselho de Segurança, órgão cujos cinco membros permanentes (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França) detêm o verdadeiro poder de decisão.
Publicado 05/10/2016 17:21
Guterres, nascido em Lisboa em 1949 e ex-primeiro-ministro de 1995 a 2002, foi responsável pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e lidera desde o começo a corrida pela sucessão de Bank Ki-moon.
A votação desta quarta-feira era crucial, pois serviria para ver se algum desses países imporia um veto ao seu nome.
A campanha para que fosse uma mulher a dirigir a ONU pela primeira vez nos 71 anos de história da instituição fracassou. Dos 13 nomes que participavam da disputa, apenas 10 chegaram a essa rodada decisiva.
É a Assembleia Geral, constituída por 193 países, que deve aprovar a nomeação, depois de uma recomendação formal do Conselho de Segurança, que tem um total de 15 membros (os cinco permanentes, com poder de veto, e outros dez em forma de rodízio).
Para fazer a recomendação, o Conselho precisa aprovar a decisão com pelo menos nove votos favoráveis e nenhum veto.
“Temos um claro favorito, e seu nome é Antonio Guterres”, admitiu após a reunião o embaixador russo na ONU, Vitáli Tchurkin. A votação “formal” ocorrerá nesta quinta-feira às 10 horas (hora local) em Nova York, quando Guterres será indicado oficialmente.
O mandato do atual secretário-geral, Ban Ki-moon, se encerra em 31 de dezembro próximo. É a primeira vez na história da ONU que o processo de seleção para o cargo ocorre de forma transparente, com os concorrentes sendo submetidos a audiências abertas a todos os países, não só aos integrantes do Conselho de Segurança.