Bancários se fortalecem após 30 dias de vitoriosa greve
Assembleias realizadas nesta segunda-feira (3) pelo Brasil fortaleceram a greve dos bancários que completará 30 dias nesta quarta-feira (5) e se configura como um movimento referencial da categoria nos últimos anos. Com a Federação Nacional dos Bancos (Fenabam) alinhada ao golpista Temer contra os direitos, cresce entre os bancários, e nos bancos públicos, a adesão à greve. Nova rodada de negociação está marcada para esta quarta-feira (5), em São Paulo, às 17h.
Por Railídia Carvalho
Publicado 04/10/2016 20:01
O presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe e dirigente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Emanoel Souza, informou que o resultado das assembleias em favor da greve mostra a compreensão dos trabalhadores com a decisão pela paralisação.
Movimento forte
“É a greve mais forte dos últimos anos com um grande número de agências paralisadas, incluindo Banco do Brasil e Caixa, e também começa a acontecer a adesão até mesmo da gerência média, dos supervisores”, constatou Emanoel.
Andrea Barcelos, da Coordenação Nacional de Bancários da CTB, reforçou que o bancário começa a compreender que a responsabilidade pela duração da greve é do banqueiro que insiste em dar um reajuste abaixo da inflação.
“Essa posição do bancário se expressa em um número maior de agências paralisadas e de um envolvimento maior da categoria. O trabalho de conscientização é voltado também para o cliente entender que além da melhoria das condições do trabalhador a greve é também pela redução das tarifas, aumento de funcionários nas agências”, lembrou a bancária.
Cartilha de Temer
Para Emanoel, o fortalecimento da greve é uma resposta aos banqueiros que politizaram o movimento e seguem a cartilha do governo golpista de Michel Temer.
“Em nenhum momento disseram que não podem dar o aumento. O que eles querem é derrotar os bancários dando reajuste abaixo da inflação para servir de exemplo para as demais categorias”, enfatizou.
O dirigente ressaltou que os bancários “precisam do apoio e da solidariedade de todos os trabalhadores porque o resultado da greve vai influir nas próximas campanhas salariais de outras categorias”.
Os bancários reivindicam a reposição da inflação (9,57%) mais 5% de aumento real, entre outras propostas. Os banqueiros ofereceram inicialmente 6,5% e chegaram na última rodada a 7%, rejeitado pelos bancários.
Nesta terça-feira (4), os bancários completaram 29 dias de greve nacional. São 13.104 agências e 44 centros administrativos paralisados, o que representa 55% do total de agências de todo o Brasil.
matéria atualizada quarta-feira (5) as 11h28