Eleições ainda refletem 'ranço conservador', avalia Adilson Araújo
Para o presidente da CTB, Adilson Araújo, os resultados eleitorais deste domingo (2) ainda refletem "um ranço conservador" no país, que passou a predominar após a vitória de Dilma Rousseff em 2014, o quarto triunfo das forças progressistas na disputa pela Presidência da República. Com atuação da mídia tradicional e criminalização do PT – que teve reflexos em todo o campo da esquerda –, o dirigente sindical acredita que os movimentos sociais vão viver "uma longa tempestade".
Por Vitor Nuzzi, da RBA
Publicado 03/10/2016 00:30
Ele acredita em reação, mas diz que isso ainda levará algum tempo. "A gente não conseguiu reunir forças. Ficamos sob o olho do furacão, e a nossa principal bandeira passa a ser a defesa da democracia, do Estado de direito", diz.
Para o sindicalista, faltou conscientização para consolidar um período de avanços sociais e redução da desigualdade. "Estratificamos um projeto que melhorou as condições e a qualidade de vida de nosso povo. Mas o fato é que não conseguimos uma onda de conscientização. Uma lição é que o governo precisa também de um papel transformador. E para transformar precisa conscientizar."
"Os resultados fortalecem uma ofensiva conservadora", acrescenta Adilson, destacando o resultado de São Paulo, onde triunfou o candidato do PSDB, João Doria, já no primeiro turno. "É o candidato que defende a agenda ultraliberal, que vendo sendo questionada nas ruas", diz o presidente da CTB.
Ele acredita que o setor progressista sofre, neste momento, as consequências da falta do que ele chama de "reformas estruturantes", citando a democratização da mídia. "Sobretudo, uma profunda reforma política." Para o dirigente, mesmo com o fim do financiamento eleitoral, o poder econômico segue determinando rumos nas eleições. "Veja quanto custou a campanha do Doria, do ACM Neto (do DEM, reeleito em Salvador)."