Temer diz que não se importa com impopularidade cada vez maior
Em palestra nesta sexta-feira (30), o presidente ilegítimo Michel Temer disse que não se importa com a opinião pública. “Se eu ficar impopular e o Brasil crescer, eu me dou por satisfeito”, disse. A declaração foi feita para um público de empresários, durante palestra sobre O novo cenário político e econômico, quando insistiu na aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que congela os gastos públicos nos próximos 20 anos.
Publicado 01/10/2016 11:00
“A aprovação é fundamental para evitarmos a espiral inflacionária e a recessão. A dívida poderá chegar a 100% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2024 ou antes. Será a falência do Estado brasileiro”, dramatizou, para justificar o golpe de Estado em curso no país, que serve de pano de fundo para a maior crise político-econômica das últimas décadas.
Temer acredita que sua proposta será aprovada, com o apoio das bancadas de direita que hoje compõe a maioria do Congresso, e do Fundo Monetário Internacional (FMI), com o qual o país mantém estreitas relações e recebe aconselhamentos econômicos.
Segundo Temer, a PEC não beneficia apenas a elite econômica do país. Alguns recursos serão destinados “aos grupos mais vulneráveis”. Para os brasileiros que integram essa camada ‘mais vulnerável’, Temer promete adiar a reforma trabalhista. O texto idealizado e que retira direitos dos trabalhadores, segundo o presidente ilegítimo, poderá nem chegar ao Congresso.
Para ele, o Supremo Tribunal Federal (STF) está fazendo o papel de reformador dos direitos trabalhistas. Suas “readequações trabalhistas” têm permitido reduções salariais de até 30%.
Essas decisões no STF podem evitar, segundo Temer, que o governo elabore propostas ainda mais duras. E citou o projeto Ponte para o Futuro que prevê reformas que poderiam retirar direitos trabalhistas e precarizar conquistas sociais, como o 13º salário, férias e licenças.
Ensino médio
Em sua palestra, Temer também abordou as últimas medidas adotadas no campo da educação com a apresentação da Medida Provisória que altera as regras do ensino médio. Confusas e fortemente criticadas pela sociedade civil, especialistas e parlamentares da oposição, a proposta de reforma do ensino médio foi questionada em ação judicial junto ao STF.
Para Temer, o fator que sua equipe levou em consideração foi o baixo desempenho escolar. Baseou-se no índice de desenvolvimento da educação, que passou a apresentar uma curva descendente nos últimos anos.
O substituto da presidenta eleita Dilma Rousseff disse que a matéria foi discutida, com pressuposto de manter disciplinas obrigatórias por um certo período. Isso permitirá que o aluno monte sua grade curricular, com a graduação pretendida.
Os manifestos contrários de diretores das escolas professores, e alunos, para Temer, não passam de “uma ou outra voz dissonante”. Ele citou que, na época em que era estudante, havia o colegial clássico e científico, em que os alunos cursavam uma especialização. O modelo seria empregado na Europa e Estados Unidos.
“Não me preocupa, porque essa matéria será debatida e aprovada fazendo uma grande revolução”, concluiu.