Eleições 2016: Vanessa alerta para clima de instabilidade política
Às vésperas das eleições municipais, que ocorrem no próximo domingo (2/10), a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) destaca o clima de instabilidade política vigente no país após o golpe parlamentar que tirou da Presidência da República a presidenta eleita Dilma Rousseff. “A reação da população tem sido revelada pelas diversas pesquisas – mais de 50% ainda não sabem em quem votar”, afirma a senadora em sua coluna semanal no jornal Folha de S. Paulo.
Publicado 27/09/2016 10:23
“O reflexo mais comum é, portanto, desinteresse e até repulsa generalizada pela política e, sobretudo, pelos partidos políticos. O que é lamentável, pois não se muda a política senão pela própria política”, afirma Vanessa.
Segundo ela, “além das novidades, devido às mudanças na legislação eleitoral, que reduziram a campanha tanto no tempo quanto nos meios, é diante de um clima da mais absoluta instabilidade política que iremos às urnas”.
E lança mão do poeta Bertolt Brecht para alertar aos eleitores: “Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem”, acrescentando que “não podemos deixar que a desesperança, a frustração e a revolta sejam a marca da reação popular”.
Extrema gravidade
Na avaliação da senadora, “o momento político, portanto, além de singular, é de extrema gravidade. Gravidade provocada por uma maioria parlamentar formada conjunturalmente e em torno de interesses políticos diversos e nada republicanos”.
Ela destaca que “dias depois de consolidado o golpe parlamentar que usurpou a vontade popular, transformou em pó o voto de mais de 54 milhões de brasileiros e tirou Dilma da Presidência, os conservadores querem fazer crer que tudo está na mais absoluta normalidade”.
No entanto, os escândalos se sucedem. “Novas delações envolvem diretamente Temer em denúncias de corrupção. Aparece a filiação de 15 anos no PSDB da nova ministra ‘independente’ da AGU (Advogacia Geral da União). O ministro da Justiça (ex-advogado de Eduardo Cunha e do PCC) antecipa ações da Operação Lava Jato”, enumera a senadora, destacando que “tudo isso sem qualquer destaque na grande mídia, que se ocupa exclusivamente do PT, desta feita da prisão, num hospital, logo revogada, do ex-ministro Mantega, e, nesta segunda (26), do ex-ministro Antonio Palocci”.
“Para completar o quadro, Temer edita uma nova medida provisória, no mínimo inusitada, promovendo uma reforma educacional. Como assim? Reformar o ensino médio por MP? Seria impensável se vivêssemos tempos de democracia. Mas não tenho dúvidas de que o real objetivo é desviar a atenção do foco principal, ou seja, da luta em defesa da democracia e dos direitos ameaçados”, conclui a senadora, ao analisar o clima de instabilidade reinante no país.
“E é nesse clima que a população brasileira é chamada a escolher seus representantes entre 496.888 candidatos, que disputam as 5.568 prefeituras e as 57.958 vagas de vereadores.”