Deputado critica manobra para votar anistia de prática de caixa 2
O líder do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA), reagiu com indignação a tentativa de manobra feita na noite desta segunda-feira (19), durante as votações no Plenário da Câmara, para aprovar a anistia de atos de caixa dois praticados anteriormente. A denúncia de alguns parlamentares evitou a votação, que foi suspensa após muita polêmica.
Publicado 20/09/2016 13:35
“Fazer a criminalização do caixa 2 é algo que é importante ser feito, mas fazer anistia do caixa 2 é completamente absurda”, disse o líder comunista, destacando que “o PCdoB não participou disso, não concorda com esse tipo de manobra, que é mais uma tentativa, que eu pensei que estivesse superada no funcionamento da Casa, de trazer matérias sem nenhum tipo de acordo e combinação no Colégio de Líderes, para surpreender o plenário e o Brasil, em um momento absolutamente inoportuno e inadequado, em meio a um processo eleitoral, com o conteúdo que ninguém tinha conhecimento, ou pelos menos aqueles que eles sabem que reagiria a esse tipo de proposta.”
Segundo o parlamentar, uma proposta como essa foi “urdida nos subterrâneos do processo político brasileiro e merece ter o repúdio das forças democráticas, daqueles que lutam por transparência”, afirmou, acrescentando que essa é a atitude da bancada do PCdoB.
Na noite desta segunda-feira, sem aviso prévio, foi colocada em votação o Projeto de Lei 1210, do ex-deputado Regis de Oliveira (PSC-SP) que muda a legislação eleitoral para criminalizar a prática de caixa dois. Ao perceberem que o projeto de 2007 havia sido incluído sem consulta aos líderes, diversos parlamentares protestaram.
“Corre um boato de que uma emenda aglutinativa está sendo preparada para permitir a anistia de caixa dois”, anunciou o líder da Rede, deputado Alessandro Molon (RJ) fazendo um apelo para que os deputados não votassem a proposta.
Em função da polêmica, o deputado Beto Mansur (PRB-SP), que presidia a sessão, decidiu retirar o projeto da pauta de votação.