"Fosso" entre acusação e prova põe em xeque futuro da Lava Jato

Os promotores que apresentaram denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fizeram uma "litania" de acusações, mas foram econômicos ao apresentar as provas – o que pode colocar em xeque o futuro da Operação Lava Jato. Assim descreve o diário americano Chicago Tribune a entrevista coletiva do Ministério Público Federal do Paraná transmitida ao vivo pela TV na última quarta-feira (14).

Deltan Dallagnol - EPA

O jornal repercute, assim como os principais jornais estrangeiros, as acusações levantadas contra o ex-presidente. Mas, se as denúncias já eram esperadas, a linguagem utilizada pelos promotores foi "impressionante", descreveu o jornal.

Os promotores classificaram Lula como "comandante máximo", "maestro", "grande general" do megaesquema de corrupção que envolve a Petrobras e distribuição de cargos públicos, classificada pela promotoria com o neologismo "propinocracia" ou "um governo regido pela propina".

Para o Chicago Tribune, "o fosso escancarado entre as acusações verbais e as denúncias (formais) levantaram questões sobre o futuro da investigação".

Se por um lado as "acusações drásticas" podem ajudar os promotores a manter o caso em sua jurisdição, por outro implicam "riscos" de que a investigação seja vista como politizada.