Exibicionismo de Bolsonaro “mancha” debate sobre cultura do estupro
O exibicionismo do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) manchou a Comissão Geral realizada nesta quarta-feira (14) na Câmara dos Deputados para debater a violência contra mulheres e meninas no Brasil e a cultura do estupro. Com um séquito de apoiadores/bajuladores, o parlamentar provocou, com palavras e ações de intimidação, à deputada Maria do Rosário (PT-RS), que presidia a sessão. Ao final da intervenção abandonou o plenário, sempre seguido por um grupo que filmava de celulares o “espetáculo”.
Publicado 14/09/2016 13:50
A deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) elogiou a importância e a necessidade do debate e a conduta “equilibrada” da parlamentar que foi provocada por Bolsonaro. Para a parlamentar, um dos objetivos da sessão é permitir o reconhecimento de que há cultura de estupro no Brasil e buscar soluções para o problema.
A invisibilidade da violência contra meninas e mulheres é, na opinião da deputada, a causa da repetição de casos e a ausência de políticas públicas de combate ao mal. Ela criticou os projetos de lei que tramita na Casa que garantem a impunidade e não permitem o efetivo combate do estupro, citando o de “castração química.” “A castração química cria uma flexibilização para que o criminoso saia da cadeira”, explicou.
A vice-presidente da OAB-DF, Daniela Teixeira, defendeu a condenação do deputado Jair Bolsonaro por apologia ao estupro. Ao ser citado pela debatedora, Bolsonaro, gritando e com o dedo em riste, aproximou-se de Maria do Rosário. Ela pediu respeito quando uma mulher preside a Mesa e disse que não se renderia a “atitudes intimidatórias”.
Após a conclusão da fala da última convidada para o debate, Bolsonaro falou na tribuna e citando, com detalhes, casos de estupro, defendeu a castração química do estuprador.