Após acordo com governo, Farc declara cessar-fogo definitivo
O chefe máximo das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo), Rodrigo Londoño Echeverry, declarou neste domingo (28) o cessar-fogo definitivo e o fim das hostilidades contra o Estado colombiano a partir da meia-noite desta segunda-feira (29), dias após a assinatura do acordo de paz para tentar acabar com o conflito que dura cinco décadas.
Publicado 29/08/2016 08:51
“Ordeno a todos os nossos comandos, a nossas unidades, a nossos e nossas combatentes cessar as hostilidades com o Estado colombiano a partir das 24h da noite de hoje”, declarou Echeverry, que é mais conhecido como "Timochenko".
Em entrevista coletiva à imprensa no Hotel Nacional de Havana (Cuba), cidade que sediou as reuniões de negociações de paz com o governo colombiano durante quase quatro anos, o líder das Farc disse que o objetivo do grupo é acabar com o conflito e fazer o possível para que as vítimas tenham acesso à justiça e à reparação.
“Hoje, mais do que nunca, queremos nos abraçar como compatriotas e começar a trabalhar unidos por uma nova Colômbia”, declarou o guerrilheiro.
O presidente colombiano, Juan Manule Santos, por sua vez, disse na sexta-feira (26) ter assinado o decreto de adesão ao cessar-fogo.
Os anúncios ocorrem dias após governo e Farc terem assinado o acordo para a conclusão das negociações de paz.
Neste sábado (28), o ministro da Defesa da Colômbia informou que a assinatura do acordo final de paz, que caberá a Santos e Timochenko, deverá ocorrerá entre os dias 20 e 26 de setembro.
O acordo dará início a um período de 180 dias, no qual as Farc deverão abandonar o uso de armas, que serão entregues a uma comissão internacional liderada pela ONU.
A assinatura final do acordo de paz entre o governo colombiano e a guerrilha poderá colocar fim a um conflito que dura mais de 50 anos e que já causou a morte de mais de 220 mil pessoas.
O texto do acordo de paz será votado em um plebiscito, programado para 2 de outubro, em que a população do país decidirá se aceita ou não o pacto do governo com as Farc.