Dilma irá ao Senado e afirma: Não me suicido, não renuncio e não fujo
Dilma Rousseff vai enfrentar seus algozes nesta segunda-feira (29), na sessão do Senado que a julga por crime de responsabilidade. Condenada, terá confirmado seu afastamento, hoje provisório, a despeito de seus 54,5 milhões de votos. Desde que deixou o comando do país, há 109 dias, a presidenta mantém-se firme no enfrentamento do golpe, denunciando no Brasil e no exterior o processo ilegítimo de impeachment a qual foi submetida.
Publicado 28/08/2016 12:58
No último dia 24, em seu último ato público, Dilma cunhou seu grito de guerra: “Hoje eu não tenho de renunciar, não tenho de me suicidar, não tenho de fugir para o Uruguai”. Fez alusão a Jânio Quadros, Getúlio Vargas e João Goulart, antecessores que, como ela, viveram situações limite no exercício da Presidência da República Federativa do Brasil.
O último ato público de Dilma aconteceu no Teatro dos Bancários, em Brasília, no “Ato em Defesa da Democracia", na última quinta-feira (25). Em seu discurso, ela afirmou que vai ao Senado, na próxima segunda-feira (29), defender a democracia. “Vou ao Senado defender a democracia, o projeto político que eu represento, defender os interesses legítimos do povo brasileiro e, sobretudo, construir os instrumentos que permitam que isso nunca mais aconteça em nosso país”, discursou.
Assista ao vídeo com a fala da presidenta no ato em Brasília:
Dilma sustentou que o “golpe” que enfrenta é diferente do liderado pelos militares que conduziu o país a uma ditadura de 21 anos. Segundo ela, o golpe militar é como um machado que derruba os direitos fundamentais das pessoas. Já o processo em curso contra ela, ressaltou, é como uma invasão da “árvore da democracia” por parasitas.
“A única coisa que mata as parasitas antidemocráticas é o oxigênio do debate, da crítica e da verdade”, ensinou a presidenta.
Os senadores que lutam contra o golpe avaliam de forma positiva a presença da presidenta na sessão do Senado, "Nós estaremos aqui para defender Dilma, ninguém vai tocá-la e nem agredi-la, para toda ação tem uma reação", afirmou Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).
Apoio dos movimentos sociais
As Frente Brasil Popular e Frente Povo sem Medo, organizações compostas por entidades dos movimentos sociais e protagonistas na luta contra o golpe, mobilizam uma manifestação nesta segunda-feira (29 para recepcionar Dilma em sua defesa no Senado.
Além da manifestarão, o acampamento "em defesa da democracia" foi montado em Brasília para fazer renitência as arbitrariedades políticas cometidas no cenário político nacional.
Além das atividades que ocorrem em Brasília, outras ações ocorrerão em outras cidades.