MST recebe Lula em ato pela democracia e Reforma Agrária
Com a presença de diversas autoridades, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realiza nesta quarta-feira (24) no Mato Grosso do Sul Ato Nacional em Defesa da Democracia e da Reforma Agrária, recebendo o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. O local não poderia ser mais simbólico: o maior assentamento do país, Itamarati, território onde vivem mais de 17 mil camponeses.
Publicado 24/08/2016 12:17
O complexo formado por três assentamentos, criados a partir de 2003, fica localizado próximo à cidade fronteiriça de Ponta Porã (324 km da capital Campo Grande). Após um almoço fechado com autoridades, militantes e caciques indígenas, o ex-presidente participa de um ato público no núcleo urbano do Distrito Itamarati. A celebração com simbologia Sem Terra se inicia a partir das 14h30.
A presença do ex-presidente é um contraponto ao processo de quebra democrática que vive hoje o país, apontando para um futuro de lutas em defesa da vontade popular e da Reforma Agrária. O próprio assentamento, que hoje está em vias de se tornar um distrito de Ponta Porã, é a mostra viva de que a Reforma Agrária, quando encarada como política séria, dá certo e transforma a vida das famílias.
“O presidente Lula optou junto com o MST por vir ao Itamarati primeiro porque é um grande complexo, o maior do país. Mas, sobretudo, porque desde o princípio ele constituiu o Itamarati” explica Marina Nunes, da direção nacional do MST.
Segundo o militante, Jonas Carlos da Conceição, da direção nacional do MST, a principal ligação dele com essa área é que “foi o próprio Lula quem idealizou o processo que retirou a posse que se concentrava nas mãos de apenas um latifundiário e proporcionou o assentamento de mais de três mil famílias”.
Para os militantes, o grande peso da região vai além da extensão territorial, mas está no tipo de desenvolvimento trazido com a Reforma Agrária Popular. “Além de ser o maior assentamento rural da América Latina, com mais de 17 mil pessoas vivendo em seu território, é um símbolo na produtividade, na educação do campo e no desenvolvimento e vida digna para a comunidade que aqui vive”, conclui Marina.
O Assentamento Itamarati foi criado em 2003 a partir da luta dos trabalhadores em articulação com o governo do ex-presidente Lula. Abriga cinco escolas públicas que atendem mais de 3100 estudantes filhos e filhas de assentados. A área de 57 mil hectares já chegou à posição de maior produtor de soja do país entre as décadas de 70 e 80.
Hoje, com diversos lotes de usufruto coletivo da terra, é referência na região para produção de alimentos saudáveis, tais como grãos, tubérculos, hortaliças, piscicultura, gado de corte e leiteiro e outros, que são comercializados localmente ou através de programas institucionais, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional da Alimentação Escolar (PNAE).