100 dias com o golpista Temer: Vaias, protestos e retrocessos
Ocupando provisoriamente a Presidência da República, Michel Temer (PMDB) completa 100 dias de usurpação marcados por retrocessos, vais e corrupção. A conspiração contra a democracia e o mandato da presidenta eleita Dilma Roussef se confirmou com as gravações de conversas no seu amigo e senador Romero Jucá (PMDB), em que diz que estavam manobrando pela aprovação do impeachment para estancar a " sangria" da Lava Jato.
Publicado 19/08/2016 16:19
Nesta quinta (18), o presidente do PSDB, o senador Aécio Neves, disse após jantar com Temer, que o interino garantiu que vai segui o plano de governo da legenda. E, de fato, desde que assumiu o interino aplica um plano completamente diferente daquele pelo qual a chapa que ele integrou nas eleições de 2014 foi eleita.
Aos golpistas que gostam de acusar a presidenta Dilma de te cometido estelionato eleitoral, as medidas de Temer configuram literalmente o crime.
O escândalo das gravações das conversas de integrantes da cúpula do PMDB de Temer com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, levou a queda de três ministros. Ministros afastados: Romero Jucá (Planejamento), Fabiano Silveira (Transparência) e Henrique Eduardo Alves (Turismo).
Desde que assumiu, a palavra de ordem "Fora Temer" ganhou as ruas do país. Durante os jogos olímpicos do Rio de Janeiro, cartazes, camisetas e gritos denunciaram ao mundo o golpe em curso. Na abertura do evento, a sonora vaia fez com que ele desistisse de comparecer ao encerramento.
O governo tentou calar as manifestações no evento, com o uso de força de segurança e retirando cidadãos que resolveram se manifestar durante as partidas. Mas não conseguiu.
Tendo como principais aliados os partidos que faziam oposição ao governo Dilma, do qual era vice, Temer se aprovou pautas que estavam paradas desde o ano passado no Congresso, mas com o agravante de piorar, como foi o caso das déficit fiscal que aumentou para R$ 170 bilhões.
Além disso, Temer quer impor um limite de gastos, pelos próximos 20 anos, para áreas essenciais como Saúde e Educação, além de defender flexibilização das leis trabalhistas e mudanças na Previdência, com aumento da idade para aposentadoria. As propostas enfrentam resistências no Congresso.
Ao assumir, Temer extinguiu a participação das mulheres nos ministérios. O Ministério da Cultura também foi extinto, mas após muitos protestos, desistiu da ideia e recriou a pasta. Extinguiu o Ministério do Desenvolvimento Agrário, após ser ameaçado pelo deputado Paulinho da Força, decidiu criar uma Secretaria Especial, mas já prometeu devolver o status de ministério ao órgão caso seja aprovado o impeachment.
O Antogonista, de Diogo Mainardi (ex-Veja), ao abordar o 100 dias de Temer resumiu bem a expectativa do mercado financeiro com Temer: "Grandes investidores estrangeiros com centenas de bilhões de dólares no bolso aguardam sinais mais concretos de mudança no rumo da política econômica brasileira para entrar no país em uma aposta de longo prazo. E, para isso, medidas rápidas no potencial governo Michel Temer são imprescindíveis, apontam analistas consultados por O Financista. “O mercado gostaria de ver um claro repúdios às políticas fracassadas da administração anterior, uma indicação rápida de um time econômico confiável e as reformas entregues nos primeiros 100 dias da administração Temer”, diz Dan Raghoonundo, da Janus Capital, uma das maiores gestoras do mundo".