Dilma apresentará a carta aos brasileiros na próxima semana

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), informou na noite desta quarta-feira (10) que a presidenta Dilma Rousseff deverá apresentar uma carta sua aos brasileiros na qual esclarece o processo de impeachment e trata do plebiscito, acrescentando que essa mensagem deve ser apresentada até a próxima terça-feira (16). 

Conteúdo da mensagem deve ser divulgado nos próximos dias - Foto: Arquivo/EBC
Na carta, segundo Humberto Costa, Dilma irá expôr seus sentimentos para a população brasileira e, naturalmente também, para o Senado Federal. “Ela deve fazer uma avaliação da conjuntura, avaliar o que esse movimento que aqui acontece, de impedimento, representa e quais as consequências para o Brasil disso que está se tentando fazer aqui”, afirmou Costa. Nesta quarta-feira, o líder do PT almoçou com Dilma no Palácio da Alvorada, junto com os outros senadores que votaram contra a pronúncia da presidenta.

De acordo com o senador, a decisão de Dilma de não apresentar a carta até a madrugada de hoje, quando ocorreu a votação em que os senadores decidiram mandá-la a julgamento, não significa que ela tenha desistido ou que pretenda adotar tom de despedida no documento. “Ao contrário. [A carta] vir ontem [9], e nós não termos o resultado que esperávamos poderia ter a leitura de que a carta não teve nenhum papel. Eu acho que agora ela [carta] tem um papel, porque a posição definitiva de cada um vai ser tomada agora. E, a julgar pelas insatisfações que existem, acho que temos espaço para fazer com que a nossa votação cresça.”

Para o senador, a vitória dos governistas na terça (9) foi menos folgada do que se esperava, e isso significa que ainda há espaço para os dilmistas trabalharem pela reversão do impeachment. Humberto Costa informou que há um grupo de oito ou 10 senadores com os quais eles pretendem conversar mais intensamente para tentar mudar o voto.

A votação, já na madrugada desta quarta-feira (10), terminou com 59 votos a favor da pronúncia e 21 contra – o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não votou. No julgamento final de Dilma, serão necessários 54 votos para que ela seja definitivamente impedida.

Mesmo assim, o senador Humberto Costa analisa a possibilidade de absolvição da presidenta. O senador falou sobre a estratégia do governo eleito e dos parlamentares que defendem a democracia de reverter o quadro golpista que se impõe à nação e aos brasileiros.

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