Parada LGBT de Chapecó: um dia para entrar na história
O domingo (24) foi um dia para entrar na história de Chapecó e dos demais municípios do Oeste Catarinense. A UNA local promoveu a primeira Parada LGBT da região, reunindo centenas de pessoas na Praça Central e Avenida Getúlio Vargas.
Publicado 26/07/2016 20:30 | Editado 04/03/2020 17:13
Aconteceu no último domingo (24), a primeira Parada LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) de Chapecó e região. A concentração iniciou às 14h na Praça Coronel Bertaso e depois seguiu-se em desfile pela Avenida Getúlio Vargas. Segundo estimativas dos organizadores, cerca de 1000 pessoas participaram do evento.
Para o vice-presidente da UNA (União Nacional LGBT) de Chapecó, Marson Luiz Klein, o evento foi muito positivo. “Como foi nossa primeira parada, estávamos na expectativa, e o público superou em muito”, comenta. Segundo ele, participaram bissexuais, gays, lésbicas, travestis, transexuais, drag queens, mães, irmãos, pais e amigos de LGTBs, além de pessoas que não necessariamente tinham vínculos com a comunidade LGBT.
“A gente sabe que possivelmente algumas pessoas se sentirão incomodadas, irão se movimentar e terão discursos não favoráveis, mas o que a gente leva é a avaliação positiva tanto da aceitação da comunidade quanto do público presente, de como foi uma marcha pacífica e linda e do quanto nós atingimos o objetivo, que era dar visibilidade ao movimento LGBT de Chapecó e também integrar os LGBTs, e isso foi alcançado com certeza”, avalia Marson.
Ainda, Marson adianta que a UNA já está pensando nas próximas ações, e entre elas a segunda parada de luta LGBT no munícipio de Chapecó, que acontecerá no ano que vem.
Desfile
Marson avalia que no desfile realizado pela Avenida Getúlio Vargas deu para perceber que algumas pessoas tinham um certo estranhamento, o que, para ele, é normal. “Mas foi muito tranquilo, não fomos agredidos nem verbalmente, nem fisicamente”, disse.
De acordo com Marson, foi solicitado o policiamento, por meio de ofício encaminhado à Guarda Municipal e à Polícia Militar, para fazer o fechamento das ruas durante o desfile e para garantir a segurança do evento, como sempre é feito no município quando há manifestações de rua. “Isso não foi feito, só uma viatura da polícia se colocou atrás da marcha, nenhuma viatura auxiliou no fechamento das ruas, como é de costume na cidade, mas mesmo assim foi tranquilo. As pessoas tiravam fotos, filmavam e acenavam das sacadas”, conta ele.
Marson também fala de acusações de que o ato foi político-partidário contra o governo interino de Michel Temer, o que ele rebate. “Não foi, os movimentos sociais vieram, UNE, UJS, Frente Brasil Popular, Unegro, Movimento Sem Terra, que também tem um bloco de LGBTs, pessoas de direita, muitas pessoas que nem tem vínculo partidário”, ressalta.