Segmentações do racismo tentam enfraquecer a luta, diz Olivia Santana

A presidenta do PCdoB de Salvador (BA) e ativista do movimento negro, Olívia Santana, participou do vídeo clipe Preta Brasileira da cantora Juliana Ribeiro. A canção ressalta a identidade da mulher negra e a luta contra a opressão com símbolos como o cabelo e os diferentes tons de peles negras. A cantora fala sobre como “negras de peles mais claras” são tratadas diferente e para Olívia esta forma de racismo serve para segmentar a luta por mais direitos.

Olívia Santana - Divulgação

Preta Brasileira rejeita qualquer forma de segmentação. Sem meias palavras, Juliana afirma que independente de pele mais clara, ou mais escura, trata-se de pele negra e cabelo afro. Para Olívia, as “nomenclaturas estapafúrdias” são mecanismos racistas que servem exclusivamente para tentar segmentar o movimento negro a fim de enfraquecer a luta. “As segmentações do racismo servem para nos dividir, mas nós somos mulheres negras, temos uma identidade”, explica.

Olívia destaca que a luta contra racismo precisa usar muitas linguagens e a música é uma forma muito importante de fortalecer a luta porque mexe com o “imaginário popular”. “A Juliana Ribeiro é uma artista que teve a sensibilidade de compor uma música sobre a preta brasileira. Ser negro no Brasil é diferente de ser negro em outros países, como nos Estados Unidos, por exemplo, o racismo aqui tem mecanismos muito peculiares”.

Para Olívia, a canção Preta Brasileira é uma “resposta a este racismo que nós chamamos de ‘racismo cromático’”. Ela explica que esta forma de racismo tenta fragmentar o movimento negro para atingir a identidade e enfraquecer a luta.

Assista ao clipe: 

Ficha técnica:

Clipe Preta Brasileira
Canta: Juliana Ribeiro
Direção: Fábio Vaz.
Produção artística: Renata Menezes.
Produção de campo: Silvinha Matos, Maria Conceição Freitas e Cristina Souto.
Figurino: Katuka Africanidades.
Local: Coletivo Ousar.
Apoio: Sidney Rocharte e Tuíris de Azevedo.