Protesto contra Nissan em SP denuncia prática antissindical
Preocupados com a situação dos trabalhadores da Nissan em Canton, Mississippi, EUA, metalúrgicos e comerciários da cidade de São Paulo irão às ruas neste domingo, dia 24, com faixas, protestar contra a presença da Nissan, notória violadora da convenção da ONU dos Direitos Humanos, como patrocinadora oficial dos Jogos Olímpicos Rio 2016.
Publicado 23/07/2016 18:02

Os metalúrgicos entendem que no evento maior do calendário esportivo mundial, que celebra a superação humana e o fair play, uma empresa que tem pouco ou nenhum apreço pelo homem não tem vez.
A Nissan North America promove uma agressiva campanha antissindical em sua fábrica da cidade de Canton, estado do Mississippi, adotando práticas antiéticas e ilegais para intimidar seus trabalhadores, especialmente os mais vulneráveis.
Tais práticas são completamente incompatíveis com o Código Básico da Iniciativa Ética Comercial, que é o cerne do Guia da Cadeia de Suprimentos Sustentável dos Jogos Olímpicos, documento que a Nissan firmou para poder patrocinar os jogos.
Entidades sindicais brasileiras e internacionais já pediram formalmente ao Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016 que exija da Nissan um plano de ação corretivo. No dia 11 de abril, os trabalhadores e diversas entidades sindicais cobraram da Nissan, durante audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado, que respeite nos Estados Unidos o direito de os trabalhadores se sindicalizarem.
Histórico
Aproximadamente metade dos trabalhadores da Nissan é terceirizada, ganhando menos de 1/3 do salário de um trabalhador sindicalizado exercendo a mesma função, com planos de saúde precários (quando existentes), jornadas exaustivamente longas e sem férias remuneradas.
Os trabalhadores são obrigados a comparecer a seções de doutrina antissindical, assistir vídeos antissindicais nos refeitórios e nas salas de descanso, são ameaçados de demissão e/ou penalizados em suas funções ao menor sinal de que pretendem votar pela instalação do sindicato, tendo havido inúmeros casos de demissão. A empresa também espalha sistematicamente boatos de que a fábrica será fechada e transferida para o México, com a demissão de todos os seus funcionários, caso os trabalhadores consigam a sindicalização.
Uma investigação do Conselho Nacional de Relações Trabalhistas dos EUA (NLRB) incorporou, a partir do relatório Escolhendo Direitos, a denúncia de que a Nissan teria violado a lei federal e discriminando ilegalmente.
A Nissan é a principal patrocinadora dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016. Como tal, deve obedecer ao Código Básico da Iniciativa Ética Comercial, que é parte central do Guia da Cadeia de Suprimentos Sustentável e é um documento importantíssimo para o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016.
O Guia Básico da Iniciativa Ética Comercial diz que a liberdade de associação e o direito a negociação coletiva devem ser respeitados pela empresa.
Tanto a Nissan Brasil como a Nissan North America são parte da Nissan Motor Corporation.
A iniciativa tem o apoio do Sindicado dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, filiado à Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) e à Força Sindical; e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, filiado à União Geral dos Trabalhadores (UGT).
Serviço:
9h00 – Início das manifestações em frente ao Masp, na Avenida Paulista
12h00 – Manifestação em frente à loja da Nissan na Avenida Brasil, 1.506, no Jardim América
Informações à imprensa
Cleide Gonçalves
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