Com base rachada, Temer tenta agora "candidato único" na Câmara
Na semana passada, o ministro da Casa Civil do governo provisório, Eliseu Padilha (PMDB), dizia que Temer não iria interferir na eleição do Legislativo. Agora, com a base rachada, Padilha afirmou nesta terça-feira (12) que o Palácio do Planalto está "trabalhando” para construir uma candidatura de consenso entre os partidos que integram a base aliada na eleição que escolherá o novo presidente da Câmara.
Publicado 12/07/2016 12:15
Monitoramento do palácio identificou que, pelo menos, 12 rachaduras, isto é, 12 integrantes de partidos alinhados ao governo pretendem entrar na corrida pelo comando da Câmara para suceder Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que foi obrigado a renunciar diante das investigações e delações na Lava Jato.
A declaração de Padilha, que estava tentando dizer que Temer mantinha distância do processo, revela que a água bateu no traseiro dos golpistas e ele tem que dizer abertamente que está atuado nos bastidores para evitar mais problemas.
Padilha admitiu que o Planalto conversa com líderes partidários para tentar convencê-los a apoiar Rodrigo Rosso (PSD-DF), aliado de Cunha.
“O governo trabalha com a ideia de a base ter um candidato único. Nós estamos trabalhando para que se tenha um só candidato. A fórmula [de consenso], eles [deputados] têm o dobro de sabedoria que nós temos para construir. É possível construir [o consenso] e não tem porquê criarmos a possibilidade de ter qualquer arranhão na base. […] Não podemos correr riscos”, afirmou o ministro ao deixar um evento no Palácio do Planalto.
Responsável pela articulação política do governo Temer, o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, também reforçou que eles querem a redução de candidatos.
“A tendência é ter mais de um [candidato a presidente da Câmara], pelo que estou vendo, mas a gente torce até o fim para ter uma redução no número de candidatos”, disse Geddel.