CUT repudia perseguição política do governo Alckmin à Apeoesp
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) emitiu uma nota nesta segunda-feira (4), repudiando a perseguição do governo Alckmin ao Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp). Segundo o presidente da central, Vagner Freitas, os tucanos inviabilizam financeiramente o funcionamento da entidade.
Publicado 05/07/2016 12:05
Leia a nota abaixo:
A CUT repudia a tentativa do governo de Geraldo Alckmin (PSDB) de calar a Apeoesp tentando inviabilizar financeiramente o funcionamento da entidade que luta em defesa dos professores/as e por uma escola pública de qualidade. Lamentavelmente, de forma arbitrária e ilegal, o governo do estado de São Paulo suspendeu o desconto em folha das mensalidades dos aposentados associados à Apeoesp e ameaça, no prazo de 30 dias, suspender também os descontos das mensalidades dos associados da ativa. O governo alega problemas técnicos para justificar a ação.
É uma clara tentativa de intimidação e perseguição que remonta os tempos sombrios da ditadura militar. Alckmin utiliza métodos autoritários para tentar enfraquecer a Apeoesp, dificultando o pagamento dos associados e apostando na inviabilidade financeira da entidade. Acredita que conseguirá o fim do Sindicato, assim como tentou em 1979 o ex-governador biônico Paulo Maluf, escolhido de forma indireta pela ditadura militar.
A suspensão dos descontos à Apeoesp viola explicitamente os princípios da impessoalidade e da autonomia e liberdade sindical, contrariando a Constituição Federal e as Convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Não cabe ao governo interferir na relação entre sindicato e trabalhadores representados.
É importante ressaltar que a Apeoesp teve um papel fundamental recentemente junto aos estudantes na luta contra a reorganização escolar, pela apuração dos desvios da merenda escolar no estado de São Paulo, além de liderar uma importante greve da rede estadual de ensino em 2015. Todas essas lutas expuseram o sucateamento da educação pública em São Paulo, o que deixa claro as motivações do governo para o ataque à Apeoesp.
A CUT denuncia esta agressão ao direito de organização sindical dos trabalhadores/as e se solidariza à Apeoesp. Estaremos juntos na luta para reverter essa imposição autoritária que atenta contra a liberdade sindical justamente no momento em que vivemos um golpe de Estado em nosso país. Seguiremos na luta em defesa da democracia, dos trabalhadores e pelo direito à organização sindical.