"Serra quer destruir o Mercosul", afirma dirigente da CTB
Um dos representantes brasileiros na Cúpula Social do Mercosul, o presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos, afirmou no evento que "o governo interino de Temer trabalha para esvaziar o bloco, visando uma aproximação subalterna, principalmente com os EUA.
Publicado 30/06/2016 16:18
O Ministro Serra pretende resgatar algo similar a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), verdadeira ameaça para nossa economia, pois geraria uma disputa extremamente desigual entre produtos brasileiros e norte-americanos, destruindo empresas nacionais e empregos no Brasil. Essa turma é entreguista e não tem compromisso com a pátria".
Na opinião de Vasconcelos, que representa a CTB na reunião, o Mercosul, além de um projeto de integração que nos fortalece para negociar com o mundo, é extremamente viável. "O Mercosul é rentável economicamente para o Brasil, inclusive porque a maior parte de nossas exportações no bloco são de produtos manufaturados, a exemplo de automóveis e celulares. Precisamos aprofundar os laços com os países da região."
O evento, que ocorre hoje e amanhã, reúne representantes da sociedade eleitos em cada um dos países e irá tratar de temas como educação, saúde, tributos, democracia, trabalho e cultura. "Nessa Cúpula Social, iremos denunciar o golpe contra os trabalhadores em curso no Brasil e construir um amplo movimento em defesa da democracia na região. A cada dia cresce a solidariedade internacional aos brasileiros, vítimas de um governo ilegítimo que quer atacar direitos sociais", afirmou Vasconcelos.
É bom lembrar que, desde que assumiu o Ministério das Relações Exteriores, José Serra tem demonstrado forte posicionamento no sentido de derrubar a resolução 32, de 2000, do Mercosul, para flexibilizar acordos tarifários livres com outros países fora do eixo. Intenção reforçada pelo presidente provisório Michel Temer.
Atualmente, a decisão impede que os participantes façam acordos com taxas inferiores à TEC (Tarifa Externa Comum) estabelecida pelo Mercosul. Para os economistas, a revogação pode significar o fim do bloco.