"Temer é testa de ferro da bandidagem corrupta", afirma Ciro
Em entrevista à TVT, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT-CE) voltou a bater forte na política da cúpula do PMDB liderada por Michel Temer. “É testa de ferro da bandidagem corrupta", disse ele se referindo ao presidente provisório Temer.
Publicado 27/06/2016 09:44
Nesta entrevista concedida a Marcelo Godoy e Kiko Nogueira, exibida nesta domingo (26) no DCM na TVT, Ciro, que também foi governador do Ceará, disse foi um erro do PT ter colocado Temer como vice na chapa e afirma que Eduardo Cunha, presidente afastado da Câmara dos Deputados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento no esquema da Petrobras, “vai ser preso em breve”.
“Eu conheço Temer. É bandido. É chefe de quadrilha. Como pode ter um filho de 7 anos com patrimônio de R$ 2 milhões e ninguém questionar a origem? Imagina se fosse o Lula”, indagou Ciro, afirmando ter cópias de documentos que apontam para a “roubalheira” envolvendo autoridades, entre elas Temer, em negócios na Companhia Docas, no porto de Santos. “Eu vou partir pra cima. Vou tirar a máscara dele”, diz. “Cadê a imprensa brasileira? O cara que está na presidência do Brasil, um informante de órgãos de inteligência de uma potência estrangeira”, acrescentou.
Ciro lembrou da ambição poder de Fernando Henrique Cardoso, com quem rompera nos anos 1990. Diz que, para se manter no governo, o ex-presidente "deu rasteira" no hoje senador Tasso Jereissatti, ex-governador do Ceará, que caminhava para a candidatura presidencial tucana em 1998. Segundo Ciro, FHC promoveu um processo de privatizações que foi uma “imundice”, fez acordo com o PFL para emplacar a emenda da reeleição – “num processo em que se soube quem vendeu, quem comprou e nada se fez”.
Sobre as ações seletivas de investigações por parte de setores do Judiciário contra o ex-presidente Lula, Ciro afirmou que a ideia de “pegarem o Lula” é improvável. “Não há culpa para isso”, frisou o e-ministro.
“Num país como o Brasil, presidente corrupto dá apartamento para o filho em Paris, e não um tríplex cafona no Guarujá ou um sítio cafona em Atibaia”, completou ironicamente.
Ainda sobre Lula, Ciro disse que considera impraticável uma eventual chapa com Lula e Ciro nas eleições presidenciais de 2018, pois, segundo ele, o tamanho de Lula não permite o contrário e que as forças progressistas tampouco podem se dar ao luxo de se dividir na atual conjuntura.
Ele também não poupou críticas ao juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato em primeira instância. Rechaçou o grampo e a divulgação do conteúdo da conversa com a presidenta Dilma Rousseff.
“Isso me fez desmerecer a torcida que eu tenho para que esse jovem juiz siga dentro da lei, dos autos e não se encante com gravata borboleta para receber homenagens nos salões da grande burguesia”, disse.