Dilma: Que programa seria eleito defendendo corte em Saúde e Educação?
“Os objetivos do golpe estão claros. Impedir que investigações cheguem até os golpistas e desmantelar, destruir todas as políticas sociais, políticas em defesa da soberania nacional e em defesa dos interesses coletivos e individuais”, afirmou nesta sexta (17) a presidenta Dilma Rousseff em ato de defesa da democracia, no Recife. Com duras críticas ao governo interino de Michel Temer (PMDB), Dilma chamou o processo de impeachment de “esquema parasita que ataca a árvore da democracia”.
Publicado 18/06/2016 13:26
Dilma denunciou cortes nos programas sociais: “É gravíssima a situação quando sabemos que hoje eles não pagaram o reajuste do Bolsa Família. Tínhamos deixado os recursos e aprovado todas as condições. Vejam o preço do reajuste. Custa menos de R$ 1 bilhão. Ao mesmo tempo, eles concederam aumento para quem interessava. Deram aumento para servidores, algo que impactou em R$ 56 bilhões. Então, para os pobres, R$ 1 bilhão é muito e, para os ricos, R$ 56 bilhões é pouco. Isso mostra os objetivos do governo ilegítimo”.
De acordo com a presidenta, um dos objetivos centrais do golpe ganhou força na última quinta quando o Executivo encaminhou ao Congresso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 247/2016), que prevê um limite de gastos do poder público. “Eles querem reduzir os gastos com a Saúde, Educação e programas sociais. Eles querem que por 20 anos, os gastos com estas áreas cresçam apenas a inflação. Isso significa que, a cada ano que passar, menos dinheiro vai sobrar para cada brasileiro e brasileira que pretende ingressar em todas as esferas educacionais”, afirmou.
A senadora Vanessa Grazziottin (PCdoB-AM) também teceu críticas à "PEC da maldade", em suas palavras. Em vídeo divulgado via redes sociais, a senadora argumentou que as sanções previstas para os estados e municípios que descumprirem o limite de gastos trará prejuízos à população. “Quem não seguir o teto será punido com a proibição de reajustes salariais para servidores públicos e também será impedido de realizar novos concursos para contratações. Está virando realidade o que dizíamos. O golpe tem dois objetivos: parar a Lava Jato e tirar direitos.”
Para Dilma, está claro o porquê da necessidade de um golpe para implementar tal programa de governo. “O que eles planejaram, o programa deles, não passa pelo critério das urnas, não passa pelo voto de cada um de nós. Eles estão tentando encurtar o caminho do poder passando por cima do povo. Que programa seria eleito defendendo cortes na Saúde e na Educação?”, disse.
A presidenta ainda provocou setores da mídia em seu discurso: “Tem gente da imprensa que diz que esse governo provisório é de salvação nacional. Não é! É de salvação da pele deles”, afirmou, seguida de gritos do público: “O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo!”.
Veja abaixo, em ato com Dilma na UFPE, na tarde desta sexta (17), todos cantam a tradiconal música pernambucana de resistência: "Nós somos madeira de lei que o cupim não rói".
Mais tarde, à noite, Dilma discursa no Pátio do Carmo, centro do Recife: