"Golpe é feito por parasitas", afirma Dilma em ato na Bahia
Na cerimônia em que recebeu o título de Cidadã Baiana, nesta quinta-feira (16), na Assembleia Legislativa, em Salvador, a presidenta Dilma Rousseff se baseou no 2 de Julho, data em que se comemora a independência da Bahia, para descrever o golpe que desencadeou o processo de impeachment que a afastou do cargo.
Publicado 16/06/2016 15:55
Dilma usou a 'metáfora da árvore' para diferenciar este golpe daquele sofrido em 1964. "Esse golpe é diferente dos golpes militares. Simples entender diferença se imaginarmos que a democracia é árvore e o golpe militar é o machado destruindo a árvore. E o modelo do atual golpe não é esse, é diferente. É como se imaginar árvore sendo atacada por parasitas implacáveis que querem tirar dela a sua seiva", afirmou.
Ela falou ainda da "lógica de privilégios" instituída no país como "mote transformador" das mudanças promovidas pelo ex-presidente Lula e que se mantiveram no seu governo.
Entre os programas, Dilma citou o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida, o Mais Médicos. "Minha Casa Minha Vida é programa para assegurar não só lar digno, mas meio ambiente capaz de garantir outro tipo de perspectiva para essas crianças e jovens. Fico indignada com o fato de o governo provisório e interino querer acabar com a Taxa 1 – daqueles que ganham menos, entre R$ 1,8 mil e R$ 2 mil. Acabar com programa para essa faixa é acabar com o programa, porque o déficit habitacional está nessa faixa, em 80%", afirmou a presidente.
Sobre o Bolsa Família, a presidente fez relação com o efeito do programa na educação das crianças. "Só tem um jeito de atingir a criança: atingindo a família. Criança não tem participação na vida cidadã. Bolsa Família é complementação de renda. As pessoas que recebem trabalham. Essa é a característica do povo brasileiro: ele se esforça, corre atrás. O que quer é oportunidade".
Outra medida do governo interino atacada por Dilma foi a de não ter mais obrigatoriedade nos gastos mínimos com saúde e educação.
"Ontem tivemos o envio de proposta ao Congresso que reduz os investimentos mínimos obrigatórios em Saúde e Educação. Não há nenhuma justificativa, sequer razão, para reduzir justamente Saúde e Educação em um país como o Brasil. Sabemos que todo esse programa levado a cabo pelo governo golpista e provisório não passaria pelas urnas desse país. Ninguém votaria nisso, na redução do Pré-sal, na redução de toda a cadeia de petróleo e gás, elo fato de que isso comprometeria o desenvolvimento do país".