Temer e Aécio Neves são citados por Machado em delação
A delação premiada do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, divulgada pela imprensa nesta quarta-feira (15), aponta que o presidente Michel Temer (PMDB) pediu propina de cerca de R$ 1,5 milhão para Machado em 2012. O pagamento teria saído dos cofres da Queiroz Galvão, uma das empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato. Machado também citou o senador Aécio Neves (PSDB). Segundo ele, Aécio teria sido o maior beneficiado em pagamento de propina em 1998.
Publicado 15/06/2016 16:39
As informações divulgadas nesta tarde pelos jornais O Globo e Folha de S.Paulo, apontam que a propina recebida era para financiar a campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo. O tema foi tratado a partir de diálogo gravado entre Machado e o ex-presidente José Sarney.
De acordo com delator, empreiteiras que mantinham contrato com a Transpetro realizavam pagamentos mensais de propinas para políticos, parte por meio de entrega de dinheiro vivo para garantir os contratos com a estatal que era área de influência do PMDB.
Maior beneficiado foi Aécio
Na delação, o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado que era líder do PSDB no Senado no fim dos anos 90 e começo dos anos 2000, denuncia que na época ajudou a armar um grande esquema de corrupção para “eleger a maior bancada federal possível na Câmara para que pudessem viabilizar a candidatura de Aécio Neves à presidência da Casa no ano 2000”. Fato que acabou sendo concretizado.
Em 1998, conta Machado, Aécio Neves recebeu, de forma ilícita, R$ 1 milhão em dinheiro vivo. “O dinheiro veio de um fundo montado por Machado, Aécio e o então senador Teotonio Vilela com o objetivo de financiar a bancada do partido na Câmara e no Senado”, publicou O Globo.
Os tucanos Machado, Aécio e Teotonio (que à epoca era presidente nacional do PSDB) teriam arrecadado R$ 7 milhões, sendo que R$ 4 milhões do total teriam sido obtidos da campanha nacional de Fernando Henrique Cardoso. O restante teria saído de empresas. Segundo Machado, parte do dinheiro teria vindo do exterior. A divisão do bolo daria “entre 100 mil e 300 mil a cada candidato”, conta.
De acordo com a reportagem O Globo, cerca de 50 deputados receberam a ajuda de custo para as campanhas. O maior beneficiado teria sido Aécio.