PGR pede prisão de Cunha, Renan, Jucá e Sarney
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a prisão da mais alta cúpula do PMDB no país. Entre eles, o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-presidente da República, José Sarney. A informação foi divulgada nesta terça-feira (7), no jornal O Globo.
Publicado 07/06/2016 09:31
A reportagem do O Globo esclarece que os pedidos de prisão foram encaminhados há pelo menos uma semana, ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, que é relator da Lava Jato na suprema corte.
O motivo do pedido da prisão feito pelo procurador é que os quatro estavam obstruindo as investigações da Operação Lava Jato. Segundo O Globo, o plano do trio seria mais amplo e grave que a tentativa executada pelo ex-senador Delcídio Amaral (sem partido-MS), que foi preso por tentar impedir uma delação premiada.
Janot pediu o afastamento de Renan da presidência do Senado, a exemplo do afastamento de Cunha. No caso de Cunha, o Ministério Público alegou que a decisão de Teori, em maio, de afastá-lo da presidência da Câmara e do mandato, não surtiu efeito e o deputado continuou interferindo no comando da Casa.
Renan, Jucá e Sarney
Nas gravações decorrentes da delação premiada do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, há vários indícios de que os três queriam limitar as investigações.
De acordo com o Ministério Público, Renan, Sarney e Jucá conspiraram para atrapalhar as investigações. Entre as ações dos três nesse sentido estão, segundo o MP: a tentativa de mudar a decisão do Supremo que prevê a prisão de condenados a partir da segunda instância; a tentativa de mudar a lei, para permitir delação premiada apenas para pessoas em liberdade, e não para presos investigados; e também uma pressão dos três para que acordos de leniência das empresas pudessem esvaziar todas as investigações.
Propinas
Em uma reportagem do dia 3 de junho, O Globo já havia relatado que Machado contou aos investigadores ter pago pelo menos R$ 70 milhões a integrantes da cúpula do PMDB.
Ele disse que pagou a Renan cerca de R$ 30 milhões. Para Sarney, Machado relatou a entrega de cerca de R$ 20 milhões. Machado citou ainda que entregou outros R$ 20 milhões a Jucá.
Os valores, segundo Machado, foram desviados da subsidiária da Petrobras, responsável pelo transporte de combustível no país.