Publicado 30/05/2016 10:21 | Editado 04/03/2020 16:24
Os mais experientes se lembram de um programa humorístico de rádio denominado "Balança mas não cai" que fez muito sucesso nas décadas de 1950 e 1960, e, posteriormente, na TV, depois de 1978. Pois, meus amigos, depois de assistir à mídia parcial que só o faço por ser masoquista, cheguei a conclusão de que o golpe está por um fio, balançando, a ponto de cair. Se na Globo golpista, com toda a maquiagem e a distorção dos fatos, isso ficou evidente, imaginem quando todas as informações da delação de Sérgio Machado forem divulgadas.
Sabemos há muito tempo que o Impeachment da Presidente Dilma foi uma farsa golpista, inicialmente pelo fato de não existir crime de responsabilidade, uma vez que todos sabem que "pedalada fiscal" e assinar decretos sem autorização não tem respaldo constitucional para “impichar” ninguém. Agora o fato é mais grave, haja vista que toda a articulação de Deputados e Senadores foi no sentido de um "Sim" para barrar as investigações da Lava Jato, tudo porque com Dilma a operação andava de maneira célere e sem interferência presidencial. Com Temer no governo ficaria mais fácil barrar a operação e a intervenção nas investigações, possível. Foi o que eu denominei de "Jucá e o mensalão do impeachment".
As gravações de Sérgio Machado com Temer devem pipocar a qualquer momento e também, quando o segredo da delação premiada for levantada, vai sobrar *investigação* de A a Z, para toda a cúpula golpista do PMDB. Quem viver verá. Não sou pitonisa, mais prevejo o fim do pesadelo golpista para os próximos dias ou, no máximo, semanas. Temos, portanto, que estar preparados para isso, uma vez que, no desespero, vão tentar levar juntos, no mesmo barco de Sérgio, Lula e Dilma.
Os cearenses conhecem bem o novo astro das delações premiadas: ele foi o "todo poderoso" nas campanhas e na gestão de Tasso Jereissati no governo do Ceará, foi presidente do CIC (Centro Industrial do Ceará), Deputado Federal, Senador e comandava, há doze anos, um dos mais importantes e cobiçados cargos na estrutura da Petrobras: o de presidente da Transpetro. Conheci Sérgio com maior proximidade quando da sua campanha a governador do Ceará em 2002. Na época, concorri a vice-governador em uma chapa, como a dele, de oposição ao candidato de Tasso na ocasião, Lúcio Alcântara. Sérgio Machado é conhecido de todos pela sua sagacidade, capacidade de trabalho, inteligência e por não dar ponto sem nó: não fazer nada de forma desproposital, não adotar medidas sem segundas intenções. Ele está com o PMDB e outros partidos e políticos golpistas na guilhotina.
Eu pergunto: quem, nos últimos anos, é a maior liderança do PMDB? A resposta é fácil, o usurpador Temer, vice-presidente de Dilma e presidente do seu partido. Como Sérgio Machado não citaria Temer, seu estelionato e peripécias para chegar à Presidência da República? Sérgio, para não ser preso, pagar o pato sozinho depois de atuar como caixa de campanha de políticos influentes e partidos, só mesmo com uma delação inédita, para ser homologada, como já foi, por Teori Zavascki, Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
O tsunami está próximo, a bomba vai explodir, o caos na estrutura golpista é evidente e iminente, não vai sobrar pedra sobre pedra. Compete a nós, cidadãos sérios desse país, continuarmos nas ruas, não dormir de touca e ficar alertas para alguma manobra de última hora do poderoso lobby empresarial, midiático e judicial. Fora Temer e volta Dilma, queremos a democracia de volta.
*Arruda Bastos é médico, professor universitário, ex-secretário de saúde do Estado do Ceará é um dos Coordenadores do "Movimento Médicos pela Democracia".
Opiniões aqui expressas não refletem necessariamente as opiniões do site.