Petroleiros sobre Parente: "Perfil ultraliberal o descredencia"
Michel Temer, que ocupa à presidência, incluiu mais um investigado na lista de sua equipe. Pedro Parente foi escolhido pelo usurpador para comandar a menina dos olhos dos entreguistas, a Petrobras. Isso porque no final de março, a 1ª Turma do STF aceitou recurso da Procuradoria-Geral da República e autorizou a retomada de ações de reparação de danos por improbidade administrativa contra os ex-ministros tucanos, incluindo e Pedro Parente.
Publicado 20/05/2016 10:29
A ida de Parente para a estatal é como colocar a raposa no galinheiro, pois as delações da Lava Jato já confirmaram que o esquema de corrupção na Petrobras começou durante o governo de FHC, período em que Parente fez parte do governo.
A indicação gerou reação dos trabalhadores. Em nota, a Federação Única dos Petroleiros rechaçou a nomeação de “um ex-ministro de FHC que chancelou processos de privatização e tem em seu currículo acusações de irregularidades e improbidade na administração pública”, referindo-se à ação no Supremo.
“O currículo de Pedro Parente não deixa dúvidas sobre que lado ocupa na luta de classes. Ele participou ativamente dos dois mandados do governo FHC, onde atuou como Secretário Executivo do Ministério da Fazenda, entre 1995 e 1999, e como Chefe da Casa Civil, entre 1999 e dezembro de 2002. No final de 2000, passou a acumular a presidência da Câmara de Gestão da Crise Energética, o chamado “ministério do apagão”, responsável por uma série de arbitrariedades, como racionamento e cortes de energia e multas altíssimas impostas aos consumidores”, lembra.
Os petroleiros ainda citam contratos de parceria com o setor privado para construção de usinas termoelétricas, entre 2000 e 2003, que “geraram prejuízos de mais de US$ 1 bilhão à Petrobras, que se viu obrigada a assumir integralmente as termoelétricas para evitar perdas maiores”.
“O perfil ultraliberal de Pedro Parente o descredencia por completo para assumir o comando de uma empresa estatal que tem sido a âncora do desenvolvimento e das políticas públicas estruturantes do país”, enfatiza a nota.
E finaliza: “A FUP repudia sua indicação e exige que toda a diretoria da gestão Bendine entregue seus cargos, caso o Conselho de Administração da empresa aprove a nomeação de Pedro Parente. Os petroleiros seguirão em luta contra o desmonte do Sistema Petrobras e não darão um minuto de sossego aos entreguistas”.