Na Previdência de Temer, trabalhador é quem paga o pato, diz Dilma
Cumprindo a promessa que fez no dia do seu afastamento pelo Senado, a presidenta Dilma Rousseff mantém a denúncia ao golpe contra o seu mandato e reafirma a luta em defesa da democracia e dos direitos. Nesta sexta-feira (20), ela voltou a participar de eventos nas redes sociais em que responde perguntas de internautas por meio do Facebook, desta vez relacionadas ao sistema da Previdência. Dilma condenou a possibilidade de que as mudanças sejam aplicadas nos atuais beneficiários.
Publicado 20/05/2016 13:33
"Tenho escutado que querem alterar as regras para os atuais segurados da Previdência Social. Você já imaginou o que significa impor, de imediato, uma idade mínima de 65 anos para homens e mulheres, indistintamente? Quem vai pagar essa conta é você, trabalhador! Esse é o verdadeiro pato!!!", postou Dilma.
"O desmonte da Previdência certamente vai dificultar muito o acesso da população aos serviços que ela presta e, portanto, aos seus direitos", enfatizou a presidenta, reforçando que "a consequência é dramática para os trabalhadores" caso as mudanças propostas pelo novo governo sejam aplicadas.
Sobre a desvinculação do salário mínimo nos valores pagos aos trabalhadores do INSS, Dilma classificou como um retrocesso.
"Hoje, quem ganha uma aposentadoria com o piso previdenciário tem garantida a vinculação com o salário mínimo, ou seja, quando o salário mínimo sobe, sobe a aposentadoria. 70% de todos os aposentados do País estão nessa condição. Se esse governo provisório fizer essa desvinculação, as pessoas mais pobres do País, que trabalharam a vida inteira, vão perder uma parte da sua renda. Vão perder o que hoje é uma conquista, o que é um retrocesso imperdoável", rebateu.
Dilma destacou que uma reforma na Previdência exige o amplo debate com a sociedade, mas reafirmou que seu esforço com presidenta foi e é promover as mudanças necessárias sem que isso represente perda de direitos.
"É exatamente o que vínhamos buscando no debate do Fórum do Trabalho e Previdência Social. As entidades de trabalhadores e de empregadores estavam debatendo com o nosso governo uma proposta que garantisse todos os direitos, sejam os direitos adquiridos, sejam as expectativas de direito, para assegurar a sustentabilidade do nosso modelo previdenciário, que é um dos melhores do mundo", disse.
Ela endossou a pergunta de um internauta que apontou que as medida proposta pelo gabinete usurpador, de acabar com a regra do 85/95 será um desastre.
"Se fizerem isso mesmo que estão prometendo, a consequência é dramática para os trabalhadores. A regra 85/95, que aprovamos no ano passado, protegia os direitos já adquiridos. Se vão acabar com ela, as consequências serão muito graves", afirmou.