Lu Castro: Até a Fifa
A Fifa completará 112 anos no próximo dia 21 de maio. A entidade com protagonismo masculino durante maior parte de sua existência, elegeu no último dia 12, a primeira mulher para um de seus cargos mais importantes. A senegalesa Fatma Samba Diouf Samoura, de 54 anos e com 21 anos de ONU, é a nova secretária geral da Fifa.
Por Lu Castro*
Publicado 18/05/2016 13:00

Isso nos diz muita coisa sobre a necessidade de inserção das mulheres em cargos diretivos, de poder, que nos represente.
Até mesmo a conservadora Conmebol tem eleito mulheres para cargos mais protagonistas que coadjuvantes. A equatoriana María Sol Muñoz foi eleita como sua representante ante o Conselho da Fifa.
Por aqui, a agenda conservadora golpista vem nos atacando nas necessidades mais elementares de inclusão e representatividade. A extinção do Ministério das Mulheres, Direitos Humanos, Cultura e até mesmo a CGU, dá o tom do tipo de conversa que o governo interino quer ter conosco: o cale-se, a invisibilidade.
Não bastasse limar a participação de mulheres e negros em seu “novo” ministério e fechar pastas imprescindíveis, o não reconhecido interino planeja dar à TV Brasil caráter de Rádio Nacional. Com a intenção de mostrar as “super” atividades do seu não reconhecido projeto, corremos o risco de perder a transmissão dos jogos de futebol feminino.
A modalidade, que já carece de mais espaços na mídia, perderá uma importante porta voz e voltará a depender exclusivamente dos canais fechados ou das tv’s com concessão deste não reconhecido governo.
Gostaria de ter parâmetros mais positivos para escrever, mas vivemos tempos de exceção.
A decisão da Fifa de eleger uma mulher, negra, para seu segundo cargo mais importante em quase 112 anos de existência, nos diz muito do quanto o mundo precisa entender que todos devem se sentir representados em todas as esferas.
Se a entidade, até então a mais conservadora do planeta, abraçou a diversidade, não podemos aceitar que no “país do futebol” e com mais de 200 milhões de habitantes e uma diversidade incrível e maravilhosa, conceda espaço para pautas restritivas, conservadoras e preconceituosas.
Nenhum direito a menos!