Governo e Farc acertam retirada de menores de 15 anos da guerrilha
O governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (Farc) anunciaram nesse domingo (15) um acordo para a retirada de menores de 15 anos dos acampamentos do grupo.
Publicado 16/05/2016 10:25
O acordo inclui a elaboração de um plano para a desmobilização progressiva dos menores de 18 anos que integram as fileiras das Farc e um programa para a reintegração na sociedade civil de todas as crianças e adolescentes que saiam da guerrilha, segundo um comunicado conjunto. Em fevereiro, as Farc já haviam assumido o compromisso de não voltar a recrutar menores de 18 anos.
Todos os menores que saiam da guerrilha serão considerados vítimas e os que têm menos de 14 anos nunca poderão ser considerados responsáveis, segundo o acordo.
O negociador das Farc, Ivan Marquez, disse que há 21 menores de 15 anos nos acampamentos da guerrilha.
"Alcançamos um acordo com o governo para que os menores possam voltar a ser acolhidos de forma segura nas suas comunidades de origem, no âmbito de um programa de proteção, de forma que eles não voltem a se sentir desamparados", afirmou Ivan Marquez, nome de guerra de Luciano Marín.
O negociador do governo da Colômbia, Humberto de la Calle, disse que as Farc se comprometeram a dar toda a informação necessária para identificar os menores e que os guerrilheiros vão colaborar com a sua saída dos acampamentos.
A reinstalação e o acompanhamento dos menores contará com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e da Organização Internacional das Migrações (OIM).
"Na construção da paz devemos zelar para que os jovens e as crianças estejam com as suas famílias, vão à escola, vivam uma infância e juventude plenas", destacou la Calle.
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, manifestou satisfação com o acordo, que foi anunciado em Havana, onde ocorre há mais de três anos Os Diálogos de Paz entre o governo da Colômbia e as Farc, sob a mediação de Cuba.
"Conseguimos um acordo histórico em Havana para retirar as crianças da guerra", disse Juan Manuel Santos em sua conta oficial no Twitter.