PT, PCdoB e Psol contra o governo “golpista” de Temer 

Enquanto os deputados de direita anunciam apoio a agenda conservadora do presidente interino Michel Temer, os partidos que farão oposição ao governo golpista – PT, PCdoB e Psol, afirmam que vão questionar a pauta que retire direitos dos trabalhadores e ameace as conquistas sociais dos últimos 13 anos em votações na Câmara dos Deputados. 

Daniel Almeida reafirma apoio à luta das mulheres

O líder do PCdoB, deputado Daniel Almeida (BA), disse que Temer não reúne as condições necessárias para apresentar qualquer processo transformador com um Congresso fragmentado.  “Ele está tendo dificuldade de montar a equipe. A base aqui é muito fluida, ele não tem condições de se colocar como uma alternativa para reunificar essa base”, disse o parlamentar. Daniel Almeida também acredita que o governo Temer terá dificuldades na aprovação de seus projetos. “A base que ele tenta formar é uma base puramente fisiológica”, criticou.

O PT afirma que não vai reconhecer o governo Temer. “Um governo fruto de um golpe é um governo que não tem legitimidade”, disse o deputado Paulo Pimenta (PT-RS). O deputado disse que o partido vai ficar contra até se Temer apoiar os projetos enviados ao Congresso pela presidenta Dilma Rousseff, como a Desvinculação das Receitas da União (DRU) ou a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

“Nenhum projeto, nenhuma iniciativa deste governo, será reconhecida por nós. Ele terá a nossa mais absoluta oposição”, resumiu. Pimenta foi vice-líder do governo Dilma no Congresso.

Para o deputado Glauber Braga (Psol-RJ), Temer vai ampliar a crise ao se aproximar do empresariado em detrimento dos direitos dos trabalhadores. Braga se refere ao documento chamado “Uma Ponte para o Futuro”, plataforma ideológica divulgada pelo PMDB.

“Esse novo governo quer implementar um programa que não sairia vitorioso nas urnas de maneira nenhuma, com um programa de governo que quer acabar, entre outras coisas, com a política de valorização do salário mínimo", afirmou.

Braga admite que algumas propostas de Temer terão apoio da maioria da Câmara dos Deputados. “O que nós estamos vendo é um grande acordão em torno do governo Temer e um balcão de negócios de cargos liderados pelo PMDB”, criticou.