A CPI da Merenda é vitória dos secundaristas

 A instalação da CPI da Merenda que visa investigar o desvio de recursos públicos destinados à alimentação de crianças das escolas públicas estaduais de São Paulo vinha se arrastando na Assembleia Legislativa desde janeiro.

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Por Eder Bronson*

Os estudantes secundaristas são os protagonistas desta guerra travada contra o governo tucano em torno da Operação Alba Branca. Desde sua deflagração em 19 de janeiro deste ano onde 6 pessoas foram presas por fraudar licitações em 16 cidades até ontem – 9 de maio – quando a CPI foi formalmente instalada.

O deputado Orlando Silva, em sua rede social, dedicou a vitória aos estudantes que ocuparam a ALESP e coletaram as assinaturas necessárias para a instalação da CPI.

Desde a ocupação do Centro Técnico Paula Souza e toda pressão social que o caso a ganhou após a ocupação da Assembleia Legislativa pelos jovens estudantes na última semana, o tucanato se viu obrigado – diante da sensibilização da opinião pública – a recuar em seu ímpeto de jogar panos quentes no caso.

Para Emerson Santos, presidente da União Paulistas dos Estudantes Secundaristas, "agora é manter a mobilização permanente em torno da CPI com objetivo de fazer pressão para que o processo não seja um jogo de cartas marcadas composto seletivamente para livrar a cara de tucanos poderosos. ”

A CPI investigará todos os contratos firmados com a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf) que contratava “lobistas” para atuar junto ao governo do estado de SP e às prefeituras. Os lobistas tinham como função pagar propina a agentes públicos em troca de favorecimento em contratos.

O presidente da ALESP, Fernando Capez e o ex-chefe de gabinete da Casa Civil do governador Geraldo Alckmin foram citados em delações premiadas de funcionários da Coaf, entre outras personalidades do cenário político. Segundo a deputada estadual Leci Brandão, “a minha expectativa é que essa CPI cumpra seu papel investigando todas as denúncias, procurando punir todos os culpados e acima de tudo ter um resultado positivo que é de atender as reivindicações dos alunos, simples assim!”

*Eder Bronson é Jornalista