Plenária do PCdoB-Minas reafirma luta em defesa da democracia
Cerca de 150 militantes do PCdoB-Minas Gerais e representantes de movimentos sociais, sindicais e de juventude reuniram-se na noite desta sexta-feira (6), em Belo Horizonte, para debater os rumos e os desafios para o próximo período. Militantes e dirigentes comunistas falaram sobre o golpe contra a democracia, contra o povo e a Nação em curso no Brasil.
Por Mariana Viel, da redação do Vermelho-Minas
Publicado 06/05/2016 23:00 | Editado 04/03/2020 16:49
Representando o Comitê Central do PCdoB, o secretário nacional de Formação, Adalberto Monteiro, apresentou um panorama cronológico do golpe em curso. Após um ano e três meses de pesada ofensiva da oposição neoliberal, em conluio com camadas das classes dominantes, da grande mídia hegemônica e de setores do judiciário nacional, a Câmara dos Deputados aprovou no último dia 17 de abril a admissibilidade de um impeachment – sem base jurídica – contra o mandato da presidenta Dilma – eleita em outubro de 2014 por mais de 54 milhões brasileiros.
Segundo o dirigente nacional, a eventual instauração de governo liderado por Michel Temer e seus aliados deverá impor ao país uma agenda neoliberal baseada na entrega de recursos mineras, como o Pré-Sal às multinacionais; em privatizações; na tutela do Banco Central pelo rentismo, no corte de direitos trabalhistas e previdenciários; no desmonte de programas sociais, no retrocesso político e na perseguição aos movimentos sociais.
Durante sua intervenção, o presidente estadual do PCdoB-Minas, Wadson Ribeiro, afirmou que os ataques contra o governo se fundam nos acertos e conquistas sociais logrados nos últimos 13 anos pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela presidenta Dilma, sempre apoiados pela esquerda consequente brasileira e pelo PCdoB. Wadson citou como exemplo a valorização do salário mínimo, os programas de redução da pobreza extrema e educacionais como o ProUni – responsável por inserir a população negra e pobre nas universidades.
"Esse golpe é para dizer que o Brasil não pode ter perspectiva de desenvolvimento autônomo e que cabe a ele ficar de joelhos diante dos interesses internacionais", afirmou. Ele enfatizou ainda que a história é marcada por altos e baixos e, também por adversidades. “É justamente neste momento de adversidade que o PCdoB é chamado para defender a democracia”.
“Esse momento de dificuldades é também um momento de oportunidades. Oportunidade de ampliar a atuação dos movimentos sociais, sindicais e estudantis na política. Este é o momento de mobilizar a sociedade brasileira em defesa do Brasil e da nossa ainda frágil democracia. Quem sempre fez manifestações nesse país fomos nós!”
Wadson elogiou a atuação da militância comunista nas ruas e disse que as lutas para retomar a democracia estão apenas começando. “Esta é hora de unidade e de convicção política. Como a folha do mandacaru precisa da seca para aflorar, nós também usaremos a adversidade para fortalecer a nossa luta”.