Dilma: Foi preciso uma pessoa sem moral e ética para perpetrar o golpe
A presidenta Dilma Rousseff afirmou, nesta sexta-feira (6), que o processo de impeachment contra ela é “violento” porque foi presidido, na Câmara dos Deputados, por Eduardo Cunha, afastado do seu mandato de deputado federal pelo Supremo Tribunal Federal.
Publicado 06/05/2016 14:21

“É um processo tão violento que foi necessária uma pessoa destituída de princípios morais e éticos, acusada de lavagem de dinheiro e de contas no exterior, para perpetrar o golpe”.
Por conta da assinatura de contratos para a construção de 25 mil unidades habitacionais pelo Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), nesta sexta-feira (6), no Palácio do Planalto, a presidenta abordou a questão dos programas sociais. Ela se referiu a proposta de governo do vice-presidente Michel Temer, amplamente repercutido na imprensa, de pagar o Bolsa Família apenas aos 5% mais pobres. Para a presidenta, essa ideia reduz o programa a pó.
Segundo Dilma, o vice-presidente defende que os programas sociais precisam ter foco, o que significaria uma redução no tamanho dos programas. “Focar nesse programa é reduzi-lo a pó, é tirar dele a ideia de garantir a renda mínima para criança e, com isso, criar condições que famílias tenham um horizonte de não ter fome. Focar o Minha Casa Minha Vida é reduzir a importância do programa, transformá-lo mais uma vez em programa piloto, que é só o que eles sabem fazer: programa piloto”.
Para ela, os que pedem sua renúncia da Presidência da República se sentem incomodados pela sua inocência. “Eu sou muito incômoda, primeiro porque sou a presidenta eleita. Segundo, porque não cometi nenhum crime. E, terceiro, se eu renuncio, eu enterro a prova viva de um golpe absolutamente sem base legal e que tem por objetivo ferir interesses e ferir conquistas adquiridas ao longo dos últimos 13 anos”, disse Dilma. “Eu tenho a disposição de resistir. Resistirei até o último dia”, completou.