Fraude na merenda: Estudantes ocupam Alesp e pressionam por CPI

Na tarde desta terça-feira (3), estudantes secundaristas ocuparam o plenário Juscelino Kubitschek, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O movimento, que reúne cerca de 250 estudantes, pressiona pela instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar denúncias de desvios nos recursos da merenda no estado. 

Secundaristas ocupam Alesp pela CPI da Merenda - jornalistas livres

Segundo Emerson Santos, presidente da União Paulista de Estudantes Secundaristas (Upes), o prédio da Alesp foi isolado pelos estudantes e a Polícia Militar (PM) já havia chegado ao local.

A assessoria de imprensa da deputada Leci Brandão (PCdoB-SP) informou que os estudantes realizam uma assembleia no início da noite desta terça-feira (3), mas adiantam que vão manter a ocupação, mesmo com a ameaça de invasão pela polícia.

A ocupação da Alesp faz parte de um movimento dos estudantes secundaristas de São Paulo que denunciam o sucateamento da educação (incluindo a reorganização disfarçada) sob o comando do governo de Geraldo Alckmin (PSDB) e reivindicam providências em relação ao escândalo do desvio dos recursos da merenda. 
Arbítrio
Nesta segunda-feira (2), sem apresentar mandado, a tropa de choque invadiu o Centro Paula Souza, ocupado por estudantes na quinta-feira (28), e permaneceu no prédio até as 19h30. O Tribunal de Justiça de São Paulo cobrou explicações da Secretaria de Estado de Segurança Pública reconhecendo que, apesar da reintegração de posse ter sido concedida no domingo, a presença da polícia sem apresentar mandado judicial configura “arbítrio”.
Merendão tucano

O esquema na fraude da merenda escolar em São Paulo, que envolve políticos do PSDB, teria desviado mais de R$ 11 milhões dos cofres públicos. O Ministério Público Estadual suspeita que diversos órgãos do governo estadual e 11 prefeituras estejam envolvidas no esquema. 

Durante a ocupação, um funcionário da Alesp agrediu o presidente da Upes, Emerson Catatau.