UNE divulga balanço das paralisações universitárias contra o golpe

A quinta-feira (28), Dia Nacional de Paralisação nas Universidades, convocado pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e outras entidades estudantis, começou com a reitoria da Federal da Fronteira Sul (UFFS) em Erechin (RS) ocupada. As atividades acadêmicas estão suspensas até o período noturno, quando haverá decisão em assembleia sobre a continuidade do ato.

UNE divulga balanço das paralisações universitárias contra o golpe

Durante todo o dia as ações em centenas de universidades vão marcar o posicionamento dos estudantes brasileiros contra a ruptura democrática no país, o impeachment sem base legal, a figura do corrupto Eduardo Cunha e também para dizer que os estudantes não aceitarão um governo de Michel Temer.

Minas Gerais e Bahia

Ainda na noite de ontem, quarta-feira (27), os estudantes das instituições deram início aos primeiros atos com a ocupação da reitoria da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais. Não existe ainda acordo para a desocupação.

Na Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador, os manifestantes bloquearam o trânsito na Avenida Adhemar de Barros, em local próximo ao monumento das Gordinhas. Já na Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), em Ihéus, também ocorreu um ato fechando os portões da instituição.

Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Amazonas e Brasília

Na Universidade Federal do Ceará (UFC) houve um cortejo entre os blocos da instituição e foi realizada uma aula pública nos jardins da Reitoria sobre o Estado Democrático de Direito e a luta pela democracia, com a participação de professores e alunos. Logo depois os manifestantes saíram em marcha até o RU do Benfica.

Na Universidade de Pernambuco (UPE) também teve uma aula pública e o estudantes apresentaram à reitoria uma carta cobrando posicionamento do Conselho Universitário em relação ao golpe.

Na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), no Campus V, também aconteceu uma aula pública sobre democracia.

No Rio de Janeiro acontecem atos em Macaé, nas universidades UFF, UFRJ e FEMAS.

Em Manaus, na Universidade Estadual do Amazonas (UEA), no auditório da instituição, acontece um debate sobre o momento político atual.

Já na UnB, no Distrito Federal, os estudantes estão reunidos em assembleia para decidir os atos do dia. A presidenta da UNE, Carina Vitral, está lá.

“Nessa conjuntura complexa que vive o Brasil, não seria outra parte da sociedade senão os jovens a reagirem a este atentado a democracia”, afirmou.

PM de Alckmin interrompe aulão na Uni9 em São Paulo 

Em São Paulo, a aula pública do professor Reginaldo Nasser, que acontecia esta manhã na Uninove Memorial, foi interrompida pela Polícia Militar.

O diretor de Comunicação da UNE, Mateus Weber, estava lá.

“Foi um absurdo o que aconteceu, estávamos pacificamente em frente à universidade assistindo uma aula, e a PM sem mais nem menos chegou pedindo o RG do professor e dos estudantes. Essa é a PM que tem resquícios da ditadura militar sob o comando do governo do PSDB”, afirmou.

Nasser, que é docente de Relações Internacionais na PUC-SP, já se negou a dar entrevista para GloboNews por considerar o canal tendencioso e um desserviço à comunicação no Brasil.